Trilho dos Pescadores // notas finais
Abril 04, 2015
se gostam de caminhar, o trilho dos pescadores é para vocês. não deve exitir em portugal continental, um percurso junto à costa mais bonito do que este.
relatei a minha experiência de forma sincera, sem omitir as frustrações, nem as dificuldades que encontrei e que tive que superar. tenham em mente, especialmente quem não está habituado, que caminhar cerca de 20km por dia, durante vários dias seguidos dói! mas não é impossível, tudo depende da nossa condição física e psicológica. há que saber ouvir o corpo e estar consciente dos seus limites, mas nem sempre deixá-lo levar a melhor. um desafio mais puxado de vez em quando não há-de fazer-lhe grande mal.
equipamento
a experiência de viajar minimalista superou as minhas expectativas. não senti falta de nada, quanto muito desejei não ter levado algumas coisas.
é importante que a mochila em si, seja leve, confortável e esteja bem ajustada ao nosso corpo e postura. e carregar apenas o estritamente necessário para as nossas necessidades.
em termos de vestuário, consegue-se fazer o trilho apenas com uma t-shirt de caminhada, uma blusa de manga comprida, umas boas calças, e um corta-vento. roupa leve, e em pouca quantidade. existe sempre a opção de lavá-la e deixar secar durante a noite. meias de fibras sintéticas e calçado leve é o mais importante conselho que posso deixar.
o uso de bastões durante a caminhada dá uma grande ajuda para atravessar os rios de areia, vaselina para os pés para evitar bolhas devido à fricção das meias, protector solar de corpo e lábios/nariz, e optar por várias garrafas de água de 0.5L em vez de 1,5L. pensos para bolhas também pode ser uma boa adição, nunca se sabe e mais vale prevenir que ter que furar a bolha com uma agulha e linha :D
e havaianas. nunca esquecer de enfiar um par de havaianas (ou sucedâneos) na mochila de caminhada.
um bom telemóvel elimina a necessidade de carregar mais tecnologia na caminhada. o meu telemóvel esperto levava os trilhos do percurso; tirou fotos que fazem algumas SLRs encolherem-se a um canto; indicou-me onde tinha reservado alojamento, e onde era o restaurante que eu andava a procura; dava-me a conhecer as condições meteorológicas; mostrava-me os horários dos autocarros; manteve-me em contacto com o mundo, e ainda proporcionou entretenimento, não que precisasse de ajuda para adormecer lol
só não comprou os bilhetes dos transportes por motivos alheios, a rede expressos tinha o serviço de pagamentos em baixo e a CP o pagamento deu erro - o futuro ainda precisa de afinações, mas é um lugar maravilhoso :D
alojamento
decidimos escolher sítios em conta, visto que estávamos apenas de passagem. os hostels/alojamentos locais revelaram-se uma excelente escolha, para além de económicos, têm uma cozinha de apoio aos hóspedes, onde podem preparar refeições. ideal para quem caminha e precisa de aviar farnel.
ahoy hostel, porto covo
a primeira surpresa da viagem. encontra-se muito bem localizado, no centro, perto de tudo, restaurantes, lojas, supermercados. a rota passa à sua porta.
walkers, vila nova de milfontes
a-d-o-r-e-i este hostel, apesar de ter sofrido para chegar lá. não fica perto do centro da vila, mas fica bem posicionado para a segunda etapa (para quem vai de norte para sul). bastante confortável, proporcionou-me uma fantástica noite de sono.
pousada de juventude, almograve
não há muito por onde optar nesta zona, e a pousada é a opção mais económica e inclui pequeno almoço na tarifa. o trilho passa mesmo à porta, antes de terminar uns metros à frente.
casa da praia, zambujeira do mar
casa impecável, muito confortável. fica numa zona calma e tem uma pastelaria ao lado muito porreira para tomar o pequeno-almoço.
casas do moinho, odeceixe
a nossa recompensa, a noite nas casas do moinho b&b, falei dela aqui. adoramos as casas, a decoração, o atendimento, o pequeno-almoço é fantástico. fica um bocado longe do centro de odeceixe, mas vale o esforço para chegar até lá.
transportes
optei por ir de expresso para ao início do trilho. podia ter levado o carro mas quis limitar o nível de preocupações a ter durante a caminhada, e ter o carro comigo seria uma delas. a CP combinada com táxi ou carreiras locais também é uma hipótese a considerar (embora a tenha descartado muito rapidamente, visto que não compensava face ao expresso).
levem os números de táxi locais anotados no telemóvel. por vezes o fim dos trilhos até à localidade mais próxima é feita em asfalto e custa muito. na descrição dos percursos no site da rota vicentina dão dicas sobre isto, levem-nas a sério.
existe um transporte fluvial em vila nova de mil fontes que come uns km à etapa entre milfontes e almograve, há indicações com o número de contacto espalhadas pelo percurso.