Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

lost in wonderland

lost in wonderland

Madrid // Food

Março 21, 2017

depois de instalados, time to hit the streets!

íamos lançados a uma recomendação que tínhamos para tortillas e croquetas no bairro da universidade (malasaña), só que àquela hora, aquela e nenhuma das outras tascas que levava no roteiro para tapear tinha a cozinha aberta. vai daí, fomos atacar na maior das armadilhas de turistas em madrid - isso mesmo, o mercado de san miguel. fomos directos ao balcão do qué bonito es panamá para mim testar uma teoria. a de que os pimentos padrão que eu compro nos supermercados (incluindo o supercor) são altamente falsificados. e não tardamos muito a constatar que de facto, unos pican y otros no.. é uma verdadeira lotaria!

à primeira dentada que o homem deu num deles, por sinal o maior que estava no prato, foi como se tivesse trincado um jalapeño. ele tem uma *certa* tolerância para picante, e ficou aflito. desconfiei estava a gozar comigo, até porque daqueles que eu ia devorando, alguns picavam, mas nada de muito agressivo.. até que chegou a minha vez de trincar um jalapeño pádron.... PUTA QUE PARIU!!! parecia feito de lava incandescente, até ou ouvidos me doeram. só trinquei um terço do bicho e ia morrendo. o homem comeu o resto e disse que o primeiro ainda tinha sido pior. mas eu comi o segundo maior do prato e esse saiu totalmente inofensivo, vá-se lá saber. a partir dali, se comi algum picante, não consegui perceber porque tinha a boca completamente inflamada.

cada vez tou mais viciada em pimentos padrão. a gulodice foi tanta que só me lembrei de fotografar a pratada quando apenas restavam os pés. era praí o dobro das doses que costumo fazer em casa e desapareceu tudo em minutos.. mas vieram deste cesto :D



na foto a cor deles parece ser verde.. mas eu só consigo ver vermelho lol

seguiu-se o obrigatório cone de jamón, umas croquetas de jamón (nada más, apesar de ser "pa turista"), e umas tapas de bacalao, e demos o raid por terminado. tínhamos que guardar espaço porque o homem queria passar no tal sítio recomendado.

dali demos a volta da praxe. seguimos pela plaza mayor, depois atravessar o mar de gente na praça do sol, onde isto aconteceu, depois a muito custo, devido à torrente humana, subimos a fuencarral até meio, onde cortamos por ruelas mais tranquilas até à calle pez. malta, a sério não se queixem da confusão de turistas em lisboa.. podia ser pior.. muito pior!!

a ementa do pez tortilla tem apenas tortillas e croquetas, mas em variedades bastante criativas. nunca tinha provado uma tortilla com aquela combinação de ingredientes - tomate seco, manjericão, e parmesão. as croquetas também fugiam aos sabores que se encontram nos sítios para turistas (frango com caril, queijo azul, lasanha vegetariana, vitela mexicana, e outros que já não me lembra ou nem faço ideia o que era lol). não quis enfardar muito porque tinha o jantar marcado para dali a umas horas e era fixe ter um espacinho para ele.. então ficou combinado voltarmos na noite seguinte, para provar as variedades todas. o homem tá viciado naquilo!



voltámos a atacar as 10 da noite, para a paella da desforra, no mesmo restaurante de há 4 anos atrás. saímos de lá a rebolar..



e como se não tivéssemos já comido suficiente, ainda fomos à chocolateria san ginés, que eu precisava de tirar outra teima. os sacrifícios que uma pessoa faz em nome da ciência..

san ginés vs valor



veredicto: os churros do san ginés são melhores, mas o chocolate da valor é mais saboroso. ou seja, fico na mesma, tenho que ir aos dois sítios muhahahah

sinceramente, não sei onde guardei tanta comida naquele dia..

o pequeno almoço de domingo foi na dunkin' donuts, este não podia falhar. aqueles gajos já se despachavam com a tasca de lisboa.. não que eu me importe de ir ali a madrid comê-los :D



não sou a maior fã de comida azul, mas este tipo tava-se a rir para mim

a coisa menos espanhola que comemos (para além dos donuts) foi um cachorro, no gourmet experience do el corte inglés, onde fomos ver as vistas ao 9º andar. não era mau de todo, mas os do frankie’s são melhores. mas as batatas é que eram assim qualquer coisa :D'''

nessa noite voltamos ao pez tortilla para o prometido rodízio de croquetas e para mais tortilla. este deve ser um daqueles sítios que não aparecem nos roteiros. das duas vezes que lá estivemos, aquilo estava sempre a deitar pessoas para fora, e nem sinal de estrangeiros, só nós.



acho que só não trouxe uns quilinhos de recuerdo, porque andamos pa cacete naqueles dois dias..

A'provado: The B Temple

Março 09, 2017

a sério que já estou um bocado farta de hamburgers hipster-gourmet-artesanais-whatever.. desde que se tornou moda há uns anos, já fui a muitos sítios, e já apanhei barretões quase na mesma medida. vai daí, é cada vez mais raro alinhar em ir a um restaurante do género.

mas hoje o homem acordou com desejos de hamburger, e quis experimentar um sítio que lhe tinham falado, o the b temple. inicialmente julgámos ser o "to burger or not to burger", onde já estivemos e não fiquei com vontade de repetir. mas uma pesquisa rápida mostrou-nos que não se tratava da mesma casa. decidimos arriscar.

a primeira impressão foi fantástica. o espaço, que visto cá de fora é um bocado creepy, lá dentro não se nota nem um bocadinho que estamos nas catacumbas duma igreja. está belissimamente decorado, com motivos relacionados com literatura, e o ambiente é super agradável.

o serviço foi rápido, e a comida deliciosa. ingredientes frescos, hamburgers cozinhados no ponto, pão brioche nada "massudo". as chips de batata doce e batatas em palito, ambas temperadas com alho e alecrim, e ambas deliciosas, se foram fritas em óleo, não dava para notar. nota máxima também para a limonada, verdadeira e sem açúcar. tudo impecável. só de olhar para as fotos, desato a salivar à maluca :D

 
a esta hamburgueria certamente vou voltar!

btw
, ninguém me pagou a refeição (ou outra coisa qualquer) em troca deste post. a experiência foi tão boa que é mais do que merecido.

fun fact: à saída quase chocavamos com sô professor presidente da republica.. e não! não lhe pedi para tirar uma selfie comigo (já sei, não há foto é como se não tivesse acontecido lol). deal with it!

Ramen

Dezembro 30, 2016

peeps be advised: convém ter guardanapos à mão para ler este post :D'

(keep in mind: ainda não tive oportunidade de provar o ramen no sítio onde ele nasceu, e muito menos sou conhecedora, logo a minha opinião sobre o prato não é a nível de autenticidade, mas sim do meu paladar e gosto pessoal)

fiquei a saber da cena do ramen em londres, quando o koppu abriu em lisboa. nos artigos que saíram sobre este restaurante, os proprietários contaram que foi lá onde aprenderam as artes desta sopa japonesa. aparentemente a cidade inglesa rendeu-se ao conforto proporcionado por uma tigela de noodles fumegantes, e eu fiquei com a pulga atrás da orelha.

até à data, a minha ideia de ramen eram aquelas porcarias instantâneas que se vendem nas secções internacionais dos supermercados, que nem para comida de sobrevivência é grande espingarda. mas também sei que é um dos pratos mais icónicos e apreciados da gastronomia japonesa, tinha que lhe dar uma oportunidade. vai daí, aproveitei a viagem a londres para fazer isso acontecer.

sítios onde podíamos experimentar não faltavam. a estreia aconteceu logo no primeiro dia, no tonkotsu do selfridges. estava apinhado, mas conseguimos dois lugarzitos ao fundo.

sentei-me, olhei para os ingredientes das quatro opções de ramen disponíveis no menu e benzi-me mentalmente. aquilo tinha tudo para correr mal.. água deslavada com cenas a boiar lá dentro é dificilmente a minha ideia de um prato substancial e saboroso. pedi ao calhas. fosse qual fosse das opções, era quase certo ia detestar.. ia deixar metade da comida, e passar uma vergonha por ser o único ser humano à face da terra que não gosta de ramen.

esta desconfiança toda foi em parte pela experiência do pho não ter corrido às mil maravilhas (se seguissem a conta do facebook aqui do tasco sabiam do que estou a falar :D), estava convencia que ia repetir-se.

foram minutos ansiosos à espera da minha tigela de ramen, que estava a ser habilmente preparada ao alcance dos meus olhos. o que aconteceu a seguir foi inesperado...

a fumegar debaixo do meu nariz, só o aroma foi suficiente para me activar as glândulas e comecei instantaneamente a salivar. concha na mão esquerda, pauzinhos na mão direita, e cá vai disto. primeira reacção quando as papilas gustativas processaram o sabor do caldo,

BLISS!! abso-fucking-lutely delicious!!



shoyu (caldo com base de soja e galinha)

o caldo é mais complexo do que parece à primeira vista, e é sem dúvida a parte mais gulosa deste prato. é aromático, encorpado, e riquíssimo em sabor. deixa-nos com uma agradável sensação de conforto e satisfação cá dentro.

gostamos tanto que no dia a seguir fomos ao kanada-ya. neste bar eram especialistas em tonkotsu (caldo com base de porco). o caldo do tonkotsu é mais espesso, opaco e ligeiramente gorduroso, e tão ou mais carregado de sabor que o shoyu.



dois dias depois, fomos ao "famoso" wagamama. há anos que oiço falar desta cadeia, e estava curiosa. aqui experimentei ramen de galinha (nem percebi que tipo era, se shoyu, se tonkotsu, ou outra coisa qualquer), e por zeus.. que porcaria mais deslavada que me serviram! aquelas ervas ali a boiar (rebentos de ervilha acho), davam um sabor tão mázinho que tornava a refeição ainda mais intragável. que desilusão que levei daqui :P



no último dia em londres, voltamos ao novamente ao tonkotsu (no soho) para a despedida e purgar da memória a má experiencia da noite anterior. é seguro dizer que por esta altura já estava viciada em ramen :D



de regresso à nação, a coisa que trouxe mais saudades de londres foi mesmo o sacana do ramen. via as fotos e desatava a salivar. se calhar estava na altura de fazer uma visita ao "culpado" pela descoberta gastronomica do ano, o koppu.

não é tão guloso como aqueles que devoramos em londres, mas dá para o gasto. a apresentação podia estar um bocadinho mais cuidada, mas isso já sou eu a ser picuinhas he he he



na semana seguinte foi a vez do kokoro. este minúsculo e modesto ramen bar, que serve apenas três pratos, está sempre à pinha. pedimos tonkotsu. o homem gostou, mas eu nem por isso. os noddles estavam no ponto, mas a entremeada tava muito longe daquilo que esperava, seca e sem grande sabor.



na semana seguinte voltamos a dar outra oportunidade ao kokoro. pedi o shoyu de galinha e gostei, apesar de achar que tinha pouco caldo. e desta vez, a carne do tonkotsu estava melhor. este sítio só tem um problema, o atendimento é super demorado.. 



eis que pinga na timeline do facebook, que no sábado seguinte era dia de ramen no bonsai. eh lah! bora já nessa. tinha realmente bom aspecto, mas não convenceu. o caldo base era de miso e porco, e estava algo gorduroso, e tinha um paladar muito forte na boca.

 

descobri através do zomato que o ori, um restaurante de cozinha asiática no colombo, servia ramen. numa das vezes que tive que ir lá, fui experimentar. apesar do muito bom aspecto, e das expectativas geradas por este, não convenceu de todo. o caldo não era particularmente saboroso, e os noodles são daqueles de pacote que se encontram nos supermercados, super difíceis de sorver.

 

estou completamente rendida a este prato. a parte chata é que enquanto a moda não pegar cá, as poucas opções que temos onde desfrutá-lo, são bastante concorridas. por acaso, não muito longe de mim tenho o nood, mas tenho receio de arriscar, à conta dos barretões que tenho apanhado lá.. não queria coleccionar outro. depois, (só com muita sorte) no bonsai, aos sábados e em doses muito limitadas. 

entretanto já descobri mais sítios, mas tenho que ir com calma para não arruinar o ramen para mim. as actualizações a este post vão acontecendo à medida que ir experimentando novos sítios.

mas o ideal, o ideal, era mesmo apanhar um avião para um sitio que eu cá sei :D'

London // food

Dezembro 17, 2016

certamente que não fui a londres atraída pela comida típica inglesa (ok, o english breakfast e o fish&chips eram "experiências" obrigatórias). também não fui pelos restaurantes de chef's famosos que não é a minha cena, e muito menos pelos mercados de street food onde se pode comer iguarias de todo o mundo (e arriscar uma caganeira explosiva no processo). não, eu fui pelo ramen!

UAU, ramen. que cena tão inglesa!!

como há muito para falar sobre ramen, vou dedicar dediquei um post a este capitulo. ao contrário do esperado, digamos que correu bem. talvez demasiado bem. fica uma amostra, para abrir o apetite :D'



fomos enfardar o english breakfast numa sugestão retirada do tripadvisor, no regency cafe. sitio modesto, autêntico, a atirar para o kitsch, e com preços muito em conta. não estava com medo desta sugestão, e com menos medo fiquei quando entraram alguns 10 policias para ir comprar o pequeno-almoço (ou seria o almoço?), enquanto esperava pelo homem, que tinha ido à procura de um multibanco. este tasco estava cheio de ingleses de todas as idades, éramos os únicos estrangeiros. foi o único sítio onde tal coisa aconteceu.

a única coisa que estava com medo era do tamanho das doses. enormes. não queria que sobrasse nada. não estava a sobrar absolutamente nada nos pratos dos outros clientes. 

kudos para este pequeno-almoço, incluindo o latte. tudo delicioso. e sim, sobrou uma posta de bacon. já era too much. pena que não deu para voltarmos lá para a desforra.

 
tinha duas referências retiradas do tripadvisor para comer fish&chips, mas acabou por acontecer num pub, em carnaby street. não era mau, mas também não era autêntico. era chapa 5, tipo aquelas paellas do paellador que se vêm por todo o lado, em todos os países.



gozai à vontade. se eu ia a londres, eu tinha que ir ao nando's. não perguntem que eu não sei responder, é uma pancada que tenho há muitos, muitos anos. acho que foi porque em miudinha fui a um nando's, em portimão. e aquilo marcou-me de alguma forma, para querer tanto voltar.

sabia perfeitamente que não é nada do outro mundo. é um fast food de frango assado, que não consegue competir com as nossas churrasqueiras tradicionais. gostei de lá ir (embora não tenha sido propriamente dito pela comida), o restaurante era acolhedor e parecia ter bom ambiente. 



como fã de donuts que sou, o krispy kreme não podia falhar! foi o último pequeno-almoço em londres, na victoria station, onde fomos guardar a tralha para as últimas horas de passeio. são. tão. bons!! foi impossível comer um!

eu bem tentei, mas o homem não me deixou comprar uma caixinha com uma dúzia... buáááááá!!!!



agora apetece-me a lamber o ecrã... e não, os da dunkin' donuts não são tão bons quanto estes, (in)felizmente..

a the muffin man não estava na lista, mas tinha que acontecer, até porque estava a walking distance do hostel. quis ir a esta casa de chá apenas pelo nome (e sim, tinham gingerbread men :D), mas deliciei-me com o muffin de laranja que enfardei. fiquei com pena de não ter experimentado os scones, tinham muita bom aspecto. o latte não ficou aquém de nenhum outro em londres. café com leite é lá com eles!

Frankie

Fevereiro 04, 2016

haviam de ter testemunhado o cachorrão que eu palmei hoje ao jantar! eu sei, eu sei, pic or didn't happen.. acontece que não tiro fotos a tudo o que como, O CHOQUE!! 

mentira, não fotografei porque havia pouca luz muhahaha anyway, este sítio é decadente. terrivelmente decadente... e demasiado barato lol

O Bife

Dezembro 15, 2015

há 15 anos atrás, neste preciso dia, isa subiu a lisboa em busca de um rumo diferente para a sua vida. calhou encontrar-se com o um amigo que estava nas mesmas condições e juntos percorreram um pavilhão da FIL em busca de inspiração divina (e encontraram, btw).

depois ficaram com tempo livre para aproveitar o resto da tarde. deram uma volta pelo parque e abancaram no teleférico, a apreciar as vistas do tejo lá do alto. depois passaram no recente centro comercial vasco da gama, e a seguir apanharam o metro para ir até ao centro comercial portugália, visitar a animezoon e a mongorhead, dois lugares de peregrinação da altura.

entretanto chegou a hora de jantar e já que ali estavam, ele sugeriu que fossem à portugália comer um bife.

dois bifes de aspecto delicioso aterraram na mesa. mas isa mal conseguiu dar uma dentada no seu.. tinha um nó no estômago que impedia a passagem de qualquer coisa sólida que ela tentasse engolir. um crime, deixar praticamente intocado aquele belo naco de carne a nadar naquele molho amarelo decadente.. na verdade, ela estava mais interessada no outro bife


eventualmente, isa fez-se ao bife, o bife deixou-se filar, e tem andado comê-lo desde então. e hoje, ao contrário de há 15 anos atrás e sem nós no estômago, isa não teve problemas nenhuns em comer o seu bife.

Pelas terras do Guadiana

Setembro 16, 2015

o parque natural do vale do guadiana é uma espécie de underdog dos parques portugueses, não se ouve falar muito dele. fica ali nos confins do baixo alentejo, paredes meias com o algarve e resvés com espanha. um bocado afastado da “civilização” e sem nenhuma auto-estrada que nos deixe às suas portas. é pouco habitado, e não existem grandes cidades nas redondezas, tem apenas uma vila e pequenos povoados salpicados pelo parque.. e é tremendamente bonito!

a paisagem é diversificada, a ponto de não se perceber bem se ainda estamos nas planícies alentejanas ou se já estamos com um pé na agreste serra algarvia. tem bosques e tem mato rasteiro, e apesar de ter muitos cursos de água, tem um aspecto muito árido.. e as vistas são de fazer parar a respiração.

já andamos por lá duas vezes. numa exploramos a zona da mina de s. domingos e pomarão, onde percorremos os túneis ferroviários desactivados. noutra corremos aquilo tudo numa doideira atrás de balões meteorológicos. o cascas está bastante familiarizado com as estradas de terra batida e as ribeiras secas do parque lol

só tenho um reparo a fazer a mim própria: nunca vou lá com tempo suficiente para ver tudo o que quero, aquilo é maior do que parece! já fiz saber ao homem que num futuro não muito distante quero lá voltar e bater as capelinhas todas novamente, mas com mais tempo para respirar e inspirar aquelas paisagens. além disso, todas as visitas têm acontecido sempre pela mesma altura, setembro/outubro, e apesar de vibrar com as cores douradas daqueles montes e planícies, tenho curiosidade para saber como será noutras alturas do ano.

road to somewhere

mas das várias coisas que nos tinham deixado saudades, talvez um pequeno tasco em corvos era a que mais sobressaía. fomos lá parar por obra e graça do destino. queríamos cozido de grão, e disseram-nos que lá era o melhor sitio para ir. só que o cozido de grão não parecia ser o que mais clientes atraía ao tasco, mas sim.. pizza!

nessa noite deixamos uma promessa escrita na pedra: 
“havemos de cá voltar para comer uma pizza”

e a minha surpresa ao chegar lá, 5 anos e um desvio de 60km depois, e ver o pequeno restaurante a rebentar pelas costuras, que por pouco temi que não conseguíssemos jantar. pelos vistos a internet aconteceu e a paragem está no topo das recomendações do tripadvisor para a região de mértola. not bad!

e íamos com intenções de fazer cumprir a promessa e comer pizza, a sério que íamos. mas assim que lá cheguei, fiz uma confidencia ao homem: "migo, não sei se vou conseguir resistir ao cozido de grão..." 

e não resisti... foi mais forte que eu lol e ele que ele também, que se fez às migas com secretos :D' a pizza ficou novamente adiada lol

cozido de grão

nessa noite aprendi uma valiosa lição: tu simplesmente não comes uma pratada de cozido de grão e depois vais arrochar para um hotel...

HA HA HA não vais, não senhora! 

...e foi assim que finalmente conhecemos mértola (a tal paragem "técnica" que falei no post dos figos), depois de tantas vezes a atravessá-la de raspão. primeiro à noite e depois outra vez à noite, e finalmente, de dia :)

Untitledmertola mertola
Untitled
Untitled Untitled Untitled UntitledUntitledguadiana

é um sitio lindíssimo, muito acolhedor, come-se bem. e para quem se interessa, está recheado de história.

e já que andávamos lá por perto, aproveitamos para conhecer também alcoutim, ali mesmo juntinho à margem guadiana.

alcoutim guadianaguadiana

álbum completo da coisa aqui

Então Isa, que andaste tu a fazer pela serra? I

Janeiro 03, 2015

a contribuir activamente para o aquecimento global :D

 

feijoca

 

isto (e isto também) é um dos principais motivos que me fazem voltar à serra vezes e vezes sem conta.. eu, que nem sou grande apreciadora de migas, devoro este prato com uma sofreguidão tal, que parece que não vejo comida pela frente há semanas. É. TÃO. BOM!

 

o entrecosto e os enchidos grelhados na perfeição.. a doçura da broa ensopada em azeite, com feijocas e couves à mistura.. mmmmm.. só de me lembrar, babo-me toda :D'''

aqui!

Há sushi e sushi

Dezembro 06, 2014

as muitas barretadas que tenho apanhado em restaurantes de cozinha japonesa ao longo dos anos têm contribuído para a minha falta de entusiasmo em experimentar sítios novos. sempre que caio na asneira o faço, e já sabendo o que a casa gasta, ponho as expectativas bem lá no fundo. antes surpreendida que desiludida.

 

...e ainda assim fico verdadeiramente impressionada como alguns conseguem transpor a minha já baixa fasquia e revelarem-se mais maus do que ia preparada para tolerar. como uma experiência que tivemos recentemente.

 

vou omitir o nome da casa porque não me apetece confusões, mas é o exemplo perfeito para ilustrar as primeiras linhas deste post. digo apenas que se trata de um espaço com um estilo muito in, decoração sóbria e elegante, empregados de mesa fardados de preto da cabeça aos pés, generosa colecção de garrafas de gin no bar, música lounge, fashion tv a passar.. the works!

 

pelas fotos, comentários de clientes e pontuação que têm na página do facebook, parecia seguro arriscar e descobrir se servia para nos poupar umas idas a algés quando a gulodice aperta em ocasiões impróprias.

 

não ia com grande fé e cedo apercebi-me que se calhar devíamos ter jantado em casa, que tinha lá meia farinheira no frigorífico, à espera de ser combinada com uns ovinhos à maneira. tal e qual como ir ao supermercado com fome, a preguiça em fazer o jantar por vezes também nos leva a tomar más decisões lol

 

tenho a dizer que a experiência foi consistente do principio ao fim. começou logo pela ementa. no fim de uma lista pouco variada onde era tudo mais-do-mesmo, eis que os meu olhos encalharam na mais tradicional das especialidades japonesas:

 

picanha...

 

(é para quem não gosta de peixe cru ter uma alternativa, isa maria, não impliques com esses detalhes, mulher)

 

enfim.. pedido feito, eis chega um amuse-bouche que nos deixou incrédulos com o nível de sofisticação:

 

palitos de cenoura crua acompanhados por maionese de alho...

 

OK... se a cena da picanha fez soar algumas sirenes, a da cenoura disparou o alarme central... só não disparamos nós do restaurante porque não somos de fazer isso.

 

entretanto uma taça de sopa miso materializa-se debaixo das minhas narinas.. BLISS (amo sopa miso, é daquelas coisas que me aquecem o corpo e a alma)!

 

ah, sopa miso é aquela base, não há como enganar. ah ah ah i wish.. nem no pior dos restaurantes pseudo-japoneses que tive o (des)prazer de frequentar me serviram uma sopa tão meh. não que tivesse mau sabor ou estivesse estupidamente salgada, mas... salsa em vez de alho francês e/ou cebolinho? are you fucking kidding me??

 

o prato principal, um combinado de sushi-sashimi, nem por isso tardou a aparecer. a apresentação não estava era nada de especial mas já tive muito pior. o peixe é que.. bem.. ressequido e sem sabor nenhum. o meu paladar não conseguia distinguir se estava a comer salmão ou atum ou outra coisa qualquer, só lá ia pela textura (bom.. ao menos não me deu vómitos, como naquela que ficou conhecida pel'a mais vil refeição de sushi de sempre, em que tive que parar de meter comida na boca, sob a ameaça do estômago devolver ao mundo tudo o que tinha dentro). os uramakis (sushi invertido) davam dó de tão miseráveis que eram. minúsculos e tão mal amanhaditos, pobrezitos. tinha o telemovel em cima da mesa mas nem uma fotografia me apeteceu a tirar..

 

e provavelmente a coisa só não ficou pior porque nesta altura já só queríamos dar à sola :P

 

mas conta lá, ao menos safou-se o chá verde que pediste para acompanhar a refeição, certo?

 

epá, até nisso conseguiram enfiar a pata na poça. vinha morno.. MORNO, e tão concentrado que roçava o intragável.. acho que nunca bebi um chá verde japonês tão mal preparado.. às vezes tenho realmente pena de não ser uma daquelas pessoas com tomates para mandar as coisas para trás..

 

o ambiente é bastante agradável e o atendimento foi bom, mas falhou redondamente em tudo o resto.. e caro.. aliás... caríssimo para o que nos foi servido. sou levada a crer que, ou tivemos azar no dia em que escolhemos ir lá, ou nas pessoas a quem calhou o nosso pedido, ou um qualquer acidente cósmico que ocorreu naquele momento, não encontro explicação. anyway, não tenho vontade de voltar a arriscar, ficou automaticamente banido do nosso roteiro gastronómico.

Tascas

Setembro 04, 2012

as refeições são outra das coisas que nos come a carteira durante as férias. mas até para isso já desenvolvemos uma série de truques, entre eles descobrir tascas e outros sítios improváveis. corre-se alguns riscos, claro, mas temos apanhado verdadeiras surpresas :D

 

já há muito que desistimos dos restaurantes da zambujeira que ali praticam-se preços para turista, e o único "pecado" destas férias foi um sargalhão no café central (brejão), outro daqueles restaurantes impossíveis em agosto, com filas de espera que nem ao diabo lembra.. e no fim, nem por isso ficamos com a sensação que vale a pena. tenho cá para mim que eles ganham muito com a malta que não consegue mesa no restaurante da azenha..

 

mas ao que interessa. numa das noites, atraídos pelo cheirinho a grelhados que pairava pelas ruas de s. teotónio, fomos parar a uma tasca. mas uma daquelas *bem* genuínas, onde os homens da terra se juntam para ver a bola, mamar uns bagaços e umas jolas, mas que por acaso tem uma sala de refeições escondida lá nos fundos. fomos à experiência. 

 

como as doses nestes sítios costumam ser generosas (ou somos nós que comemos pouco lol à memória vem-me logo um certo cozido de grão, em corvos, cuja dose dava para três pessoas) perguntamos se era muita comida. disseram-nos que "ah não, são só dois pedacinhos de carne..".  

 

ok, então manda vir uma de entremeada e outra de entrecosto, ca gente depois trata de dividir!

 

esses "dois pedacinhos" traduziram-se em dois pratos a transbordar de comida. duas peças generosas de carne, batata-frita e arroz. a carne estava grelhadinha no ponto. um regalo!

pagamos, por duas pratadas de comida, uma garrafa de 1,5l de água, pão e azeitonas, a módica quantia de 12€. até nos sentimos mal por comer tanto e pagar tão pouco.. lol!

 

ainda em s. teotónio, fomos experimentar a tão gabada pizzaria il padrino. encontrá-la é que foi jeitoso.. é que a vila é um bocado labiríntica e gps ou gmaps, ESQUECE lá isso...

 

topámos que as pizzas eram enormes, e para não desperdiçar, pedimos uma para os dois e uma salada para acompanhar (adoro pizza com salada). por esses dois pratos, mais azeitonas e 1,5l de água pagámos.. 11.90€, again, até nos sentimos mal.. esta malta vem da cidade muito mal habituada :D

 

fiquei curiosa com a história daquele italiano.. como é que acabou ele a fazer pizzas em forno de lenha no meio do alentejo? btw, a pizza estava deliciosa! e passou por nós muito prato com bom aspecto: pastas, lasanhas, calzones. fica prá próxima :D' 

 

no chaparro, em odeceixe, por dois pratos, pão e azeitonas, sobremesa e água pagávamos em média 22€, o que também não é mau, vá!

tasqueiro 

bares de praia. ficámos fãs do kiosk agapito, (calhou andarmos por lá na altura que isto aconteceu, não se falava noutra coisa na vila..) que tem uma das ementas mais elaboradas que já vi num tasco do tipo (mas têm que me dar um desconto porque não conheço muitos). tudo com produtos da região e uns preços muito.. estranhos, tendo em conta a localização :D

 

saladas e umas omeletas brutais, acompanhadas por uma fatia de pão ligeiramente tostado com um fio de azeite e oregãos - uma delicia. e paga-se tanto como no carvalhal por dois cachorros. 

 

por falar em carvalhal, os cachorros em pão alentejano do bar de praia também são bem bons, e com sorte temos DJ a animar a refeição, mas o lanche com bebidas e batata-frita, paga-se ao preço da cidade.

mostarda com cachorro

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
#12   #11   #10   #9   #8   #6   #5   #4

seguir nos blogs do SAPO

email: hello@liwl.net

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

'Le Archive

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2010
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2008
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2007
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2006
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2005
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2004
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2003
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D