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lost in wonderland

lost in wonderland

Zürich OpenAir II

Setembro 13, 2012

findo o concerto do ano, parámos um bocado numa das discos onde estava um DJ a bombar alta som. depois quis fazer uma bucha de chocolate quente e waffle (que me soube pela vida - ZOMG, fiquei tão fã deste festival!!) 

 

pelo caminho presenciamos o melhor espalho da noite. estávamos nós cuidadosamente a atravessar o pântano quando topámos um tipo, alto, anafado, vestido com um oleado amarelão (à pescador), a cambalear.. bêbado que nem um cacho!

como vinha na nossa direcção, parámos à espera que ele passasse.. no estado em que aquela alma vinha, acidentes podiam acontecer lol

 

estava precisamente a passar por nós quando deu os derradeiros passos. assistimos àquilo como que em câmara lenta: falha em apoiar uma perna, falha a outra e pumba, JÁ FOSTE..

 

cai REDONDO de tromba na lama!

 

o marido ficou todo salpicado de lama mas valeu totalmente a pena muhahaha o gajo quando se levanta, parecia um donut com cobertura de chocolate. que noijo, coitado..

 

mas ele não parecia chateado, e aquilo deve ser o prato do dia (ou da noite) anyway. levantou-se rapidamente, limpou a lama da cara com a mão e seguiu caminho, provavelmente até à zona dos wcs para levar uma mangueirada. a ironia da coisa é que foi a própria armadilha que lhe amparou o tralho :D 

 

entretanto, nós ficámos para trás, a rir-nos que nem uns alarves. pro tip: se vai andar na lama, não beba!

 

o último concerto da noite era para o marido: the bloody beatroots. demasiado barulhentos para o meu gosto. o concerto começou a todo o gás e a todo o gás continuou.. sempre, sempre, SEMPRE a partir a loiça!

 

eu é que já não me aguentava em pé.. afinal de contas tinha acordado às oito da manhã e fartei-me de palmilhar durante o dia.. sentei-me no chão, encostada a grade da régie e fechei os olhos. não sei como, mas consegui a proeza de passar pelas brasas no meio daquele cagaçal todo.

 

às tantas também o marido já se começava a queixar do sono.. e agora, ganhar coragem para regressar ao hotel?

aquela hora não tínhamos grandes alternativas para lá chegar, ou: 

 

a) apanhávamos o transfer gratuito do festival para o aeroporto e depois pagávamos uma pequena fortuna a um taxista; 

b) andávamos 1km para apanhar o último comboio na noite e depois andar 2km para trás;

c) palmilhar cerca de 4km

 

optámos pela última. ah valentes!

 

então, às 3 e meia da manhã, numa cidade praticamente desconhecida onde estávamos havia pouco mais de 24h, fizemo-nos ao passeio. desde que seguíssemos sempre junto à linha do eléctrico, táva-se bem lol

 

o problema foi quando a linha entrou por um túnel subterrâneo a dentro.. ops! 

 

tivemos que seguir por um quarteirão habitacional, mas graças à minha bússola humana (o hóme) e a um mapazeco que tinha da redondezas do hotel correu tudo bem (e se não tivesse corrido, tínhamos sacado do iphone para nos meter back on track :)

giro, giro, foi o homem fazer o caminho todo descalço, porque as galochas magoavam-lhe os pés e ele não conseguia andar com aquilo :D
 

a minha cenoura era a cama do ibis, só de pensar nela até me babava. só mais um esforço... e às 4 da manhã spotávamos o reclame luminoso do hotel no meio dos edifícios. tava quaaaaaaaaaaaase YAY

 

chegámos ao hotel completamente rotos. eu já via tudo à roda por causa do sono e do cansaço, caí na cama e só acordei no dia seguinte às onze da manhã, a 1h do check out.. bah!

entretanto o marido ficou chocado, porque quando chegou ao hotel, as meias estavam limpas ninguém diria que tinham acabado de fazer 4km pelas ruas!  

 

QUE. DIA. DO. CRL!! 

Zürich OpenAir I

Setembro 13, 2012

às seis da tarde, calçamos as nossas galochas e metemo-nos a caminho de rümlang \m/ 

 

apesar de irmos apenas a um dos dias do festival, também tivemos direito à pulseirinha. muito simpática esta decisão deles, pois permitia-nos sair e voltar a entrar no recinto caso precisássemos (aconteceu, tivemos que ir ao aeroporto comprar pilhas, p#%@ da A510). fomos então enfaixados com uma tira de nylon "derretida" à medida do nosso pulso (provavelmente a pulseira de festival mais inviolável de sempre) e SIGAAAAA!

welcome!!

 

era a primeira vez que ia a um festival de música fora de portugal, é escusado dizer que estava morta de curiosidade he he he isso e com os óculos 3D que estavam a distribuir à entada :D

 

a primeira coisa que constatei quando entrei no recinto foi que as fotos que andei a ver dos anos anteriores não eram nada exageradas:

lama 
yep, a noite prometia :D

 

volta de reconhecimento. o recinto não era muito grande, mas estava muito bem amanhado. haviam dois palcos enormes praticamente lado a lado, quase gémeos, mas a sua utilização era alternada: enquanto num decorria um concerto, no outro montava-se o material para o seguinte. very clever!

depois haviam os espaços cobertos, que davam um jeitaço quando começava a chover: o "circo" e três "discotecas", duas delas com DJ set.

 

quiosques de comida em três zonas distintas, com uma variedade interessante (pizzas, hamburgers, bifanas, cachorros, chilli, nachos, fish n' chips, thai, noodles, comida biológica, waffles, crepes, fruta, leite e derivados (AWESOME), bebidas etc), casas de banho DECENTES, limpas, com sanita, mini-lavatório para as mão, e papel higiénico (algo que até hoje só vi nos wcs das zonas vips).

descobrimos também que o festival tinha moeda própria, o "money", e se queríamos consumir lá dentro, tínhamos que cambiar. trocámos uma nota de 50 CHF por um cartão com 20 fichas (tokens) destacáveis (o que significava que a coisa mais barata no festival custava 2,5CHF). e se não gastássemos todas, podíamos sempre voltar a trocá-las por dinheiro. gostei da ideia!

não havia lixo praticamente nenhum pelo recinto. razão? cada vez que se compra uma bebida, esta era servida num copo decente (ok, de plástico, mas rígido) e existia uma caução de 1 token. quando acabávamos a bebida, bastava devolver o copo para reaver o tokenand again, very clever

 

eles até lidam bem com a questão da lama. nas áreas comerciais e demais instalações, assim como corredores de acesso entre estas e os palcos, havia soalho em madeira e em frente aos palcos, estrados de plástico. 

 

fora dessas zonas, parecia (há que dizê-lo com frontalidade) uma autêntica pocilga ao ar livre muhahaha e era preciso ter cuidado quando se atravessava aquele pântano, pois quedas aparatosas aconteciam com alguma frequência (espectáculo que só por si, quase fazia valer o dinheiro do bilhete loll).

Untitled

 

in fact, a lama era uma espécie de fashion statementfazia parte da indumentária. a grande maioria calçava galochas, mas havia muito corajoso de botas, ténis, e até havaianas.

mais umas quantas voltas por lá e assentámos para jantar, antes que começassem os concertos que queríamos ver. dividimos uma pratada de chilli com nachos picantes e uma fatia de pizza (deliciosa, btw).

 

por azar, o dorfmeister colidia com orbital e só consegui ouvir os primeiros minutinhos :(

 

o concerto de orbital foi um bocado bipolar, entre o WOW e o YUCK. é que aqueles dois sacanas volta e meia encaixavam lá umas batidas de dubstep do álbum novo.. (BLARGH!!) quer dizer, um som à maneira, daquele que até arrepia os pelinhos todos, maculado por aqueles guinchos electrónicos horrorosos.. NOT FUNNY!

orbital

 

deixámos orbital a uns 15 minutos do fim porque queríamos arranjar um lugar próximo do palco para ver kraftwerk. o mais incrível da orientação (lado a lado) daqueles palcos monstruosos, é que em frente a um deles, não se ouvia o som do outro.. impressive, most impressive

 

as 23h45 depressa chegaram, e kraftwerk começaram a bombar som à hora marcada.. GYYYAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!! nem queria acreditar que aquilo estava mesmo a aconteceeeeeeeer!!! :D :D :D

the robots


um a um foram revivendo os clássicos, remixados e refinados ao longo de 42 anos, num setlist similar ao do concerto que assisti em 2004, com a diferença que optaram pela a versão alemã das músicas. os grafísmos eram projectados em 3D (yep, era para isso que serviam os óculos que andavam a distribuir :D) e de vez em quando a malta levava com um satélite ou outra coisa qualquer por cima e gritava em uníssono "wwooooooooooooohh" brutal!

IMG_4037 IMG_4010 IMG_4014 IMG_3990 IMG_3985 IMG_4125


o palco até era alto, mas a inexistente inclinação do terreno e os camónes serem todos umas torres foi uma combinação quase fatal, passei o concerto quase todo em bicos dos pés ou a desviar-me de um lado para o outro, até que às tantas afastei-me um bocado mais para trás e resolvi a questão.

 

e ali estava eu, enfiada num lamaçal a dois mil quilómetros de casa, de poncho prá chuva vestido, galochas nos pés e uns óculos 3D na tromba, perfeitamente alinhada com o palco, a ouvir a última música do concerto - music non stop - com um som perfeito..

 

...MAN!!

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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