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lost in wonderland

lost in wonderland

Frank

Outubro 25, 2014

outro pedaço de puro entretenimento hipster, bastante agradável de se ver que o homem desencantou (e que por acaso está também no cinema). conta-nos a história de um zé-ninguém com aspirações de músico, que um dia conhece uma banda composta por malta alucinada.

após uma breve actuação com a tal banda, acaba por ser convidado a colaborar no próximo álbum e vai-se isolar juntamente com o excêntrico grupo, no meio de nenhures. 

 

é uma mistura caótica de comédia e drama, ao som de música psicadélica bem marada, que nos faz rir e que nos deixa comovidos. está belissimamente escrito e filmado.. e porque não, cantado - já que foram os próprios actores que produziram grande parte da banda sonora :)

 

não sabia nada sobre o filme e consegui resistir ao impulso de pegar no aparelho mais próximo de mim que estivesse ligado à internet, para saber quem era a pessoa que passou 98% do filme com uma sinistra cabeça de papel em cima dos ombros, e cujo timbre de voz roça no do jim morrisson, e por vezes também no do beck. quando a revelação se sucedeu, só não caí de cú porque estava sentada no sofá lolão

 

…e é por isso mesmo que não linko nada. se estiverem interessados em ver o filme, aconselho a deixem-se surpreender como eu. o nome dos actores não aparece nos créditos iniciais, btw.

Não sei que raio de bicho é que mordeu no homem..

Outubro 17, 2014

..que nestes últimos meses deu-lhe pro cinema hipster.. perdão.. indie.. whatever!

 

dos filmes que tem arranjado, uns dão-me vontade de ir a correr buscar os papéis do divórcio por me ter sujeitado a autênticas cagadas em três actos, outros deixam-me overwhelmed com sentimentos esquisitos que tenho dificuldades em digerir.. mas no bom sentido!

 

o que aprecio neste tipo de filmes é que são geralmente muito simples, decorrem a um ritmo muito calmo, sem grandes pressas de chegar a lado algum.. tipo, saboreiam o momento. não há cgi, apenas grandes actores, argumentos brilhantes e poesia em forma de imagens.

also, aprendi que não são para se ver em qualquer altura, é preciso estar no mood certo.. pelo menos comigo. bom, aqui ficam alguns que vi e adorei:

 

the kings of summer

 

simples, bonito e divertido, embora com um twist amargo. três amigos adolescentes decidem fugir de casa e passar o verão juntos, isolados do mundo.

é uma espécie de hino à liberdade e ao regresso às origens. muito bem filmado, cheio de cenas em slow motion, momentos kodak, e flares, como manda a lei :)

 

the way way back

 

estupidamente real, simplório e.. feio! pessoas feias (imo lol), cenários feios e antiquados. para além disso está repleto de situações desconfortáveis, daquelas que não conseguimos ficar imunes.

um adolescente com problemas de auto-estima e dramas familiares q.b… umas férias que têm tudo para correr mal, mas que se safam às contas de um tipo que parecia ter um parafuso a menos.

 

only lovers left alive

 

da primeira vez que me passou pelos olhos, não lhe liguei nenhuma, vampiragem não é a minha cena..

daí que quase, quaaase me escapou, não fosse algo curioso ter sucedido: uns meses depois ouvi uma música na rádio que me despoletou uma estranha reacção na mioleira: só conseguia pensar no filme!

devo ter associado a letra ao tema ou qualquer coisa do género.. o problema é que a música ficou-me no ouvido e não descansei enquanto não voltei a vê-lo.

 

a melhor forma que encontro para descrever este filme é uma pintura em movimento. abusa nas cenas paradas e em câmera lenta, que o torna muito calmo e sonolento.. quase que nos hipnotiza. o guarda-roupa e os cenários sombrios e decadentes transbordam detalhe e as cores muito saturadas, que mudam conforme o ambiente e as personagens conferem-lhe uma beleza surreal. o toque final é dado pela desconcertada banda sonora, que combina na perfeição com a estética do filme.

 

retrata basicamente a nostalgia exacerbada de dois seres imortais, extraordinariamente inteligentes e sensíveis, que se não se alimentassem de sangue e dormissem durante o dia, nunca os diríamos vampiros.

duas personagens que nos seduzem facilmente pelas suas personalidades vincadas e tão opostas uma da outra. enquanto um tem sérios problemas em lidar naquilo em que o mundo e se tornou, a outra, mesmo após tantos anos de existência continua verdadeiramente maravilhada, excitada e apaixonada pelas coisas belas da vida. complementam-se na perfeição e nutrem um pelo outro uma paixão incondicional e intemporal.

 

o argumento contém doses generosas de sarcasmo, que por vezes providenciam cenas de humor inesperadas, e diálogos que nos aguçam a curiosidade sobre o percurso daquelas duas almas pelos séculos passados.

 

tracks

 

outro daqueles que nos deixam lavados em lágrimas no final. é adaptado de um livro sobre a aventura verídica de uma mulher que decidiu largar tudo e lançar-se numa caminhada solitária de 2700km pelo deserto australiano até ao oceano indico.

 

praticamente dois terços do filme é uma pessoa a andar sozinha na vastidão das paisagens avermelhadas e ressequidas do outback, acompanhada apenas pela sua cadela e quatro camelos selvagens domesticados por ela própria. pelo meio, os encontros imediatos com as gentes locais, as breves companhias, os perigos e a exaustação física e mental que teve que enfrentar. 

 

a actriz principal, a mia wasikowska (que por acaso também entra nesse aí de cima) carregou com o filme todo às costas. tinha a missão de transmitir-nos a determinação, a coragem, a dureza e a solidão daquela jornada insana, e não se saiu nada mal. e os bichos que a seguem nesta aventura são adoráveis. nunca me passou pela cabeça achar isto de um camelo.. os camelos deste filme são adoráveis e melhores que muitos actores que andam por aí. nunca mais vou conseguir chamar "camelo" a alguém..

 

o filme é extremamente simples, básico e aporcalhado… e ao mesmo tempo tão puro e tão belo, que até arrepia. e faz-se acompanhar por uma banda sonora que se entranha e lhe dá uma profundidade ainda maior.

a única critica que lhe faço é na fotografia. o deserto australiano teria beneficiado de uma saturaçãozinha extra para fazer sobressair os tons avermelhados ainda mais e fazê-los contrastar com o azul do céu. mas é suposto ser um filme antigo, e seco.. o filme tem uma cor que dá sede :)

Constatações #7

Novembro 25, 2013

ontem ao fim da tarde, estava eu sentada numa daquelas hamburgarias hipster (que agora deram em brotar como cogumelos no outono), com vista para uma cafetaria não menos hipster, e a admirar a movimentação dos hipsters que cruzavam as ruas, e não sei se foi do frio, ou da escuridão precoce do dia, ou da estética destes novos espaços, mas dei por mim a aperceber-me que, estava em plena lisboa, mas também podia estar em amsterdão ou madrid, que o feeling era exactamente o mesmo.. gostei disso!

also, apesar de não ser grande fã de capitais, tenho que começar a ganhar coragem para conhecer mais umas quantas :)

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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