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lost in wonderland

lost in wonderland

Earthquake Bird

Novembro 22, 2019

vimos este filme sem saber ao que íamos.. mas sendo produzido pelo ridley scott, e com o dedo do atticus ross na banda sonora, não podia ser uma coisa muito foleira.

é uma espécie de thriller psicológico, enrolado num certo mistério. é passado final dos anos 80, na cidade de tokyo, e a história é-nos narrada do ponto de vista da personagem principal, lucy fly, uma imigrante sueca que trabalha em tradução, que vive lá sozinha, e parece perfeitamente adaptada à cultura e vida no japão.

o filme é um bocado muito lento e demora até começar a desenvolver. a cenografia acaba por compensar, porque nos momentos em que se torna demasiado apático, há narrativas visuais para apreciar. mas quando damos por nós, já vamos bem lançados no meio da trama. talvez um bocado frustados, visto que muitas das situações de suspense acabam por morrer na praia, ou não têm a intensidade que prometiam, porque vai-se a ver são coisas absolutamente mundanas, e muito humanas. uma mente habituada a enredos intrincados vai passar o filme todo a tentar desembaraçar estes pequenos enleios, para chegar à conclusão que não vale a pena gastar energia nisso. nada é o que parece ser, é previsível sem o ser.

e não sendo uma história superficial, também não é profunda... porque tal como na vida real, às vezes as coisas não são o que parecem. e as nossas convicções mais cavadas, por vezes são invenções dos nossos vieses. terminou com uma daquelas chapadas pedagógicas básicas, algo que tendemos a ignorar - um exemplo que a nossa mente é perita a fazer filmes, e que na grande maioria das vezes, a explicação para muitos dos acontecimentos da nossa vida não é nada de transcendental, mas sim, algo muito simples..

sobre as actuações, à excepção da alicia vikander, não creio que tenha havido grandes revelações. mas acontece que tenho sentimentos contraditórios com a vikander. por um lado acho-lhe muita graça.. por outro ainda não consegui perceber se tem realmente jeito para representar.. não acho que seja muito versátil, parece-me que só veste bem determinados tipos de personagens - e por acaso este é um desses casos.. mas achei-a forçosamente melancólica e demasiado neurótica para a background story que tinha.. acho que para perceber se aquele dramatismo todo é justificado, tinha que ler o livro. e vá.. é verdade que a vida de uma mulher sozinha no japão não é fácil, e muito menos seria nos anos 80, ainda por cima tratando-se de uma forasteira. ainda assim...

mas tenho que elogiar o investimento que ela fez para interpretar esta personagem. para alguém que não fala a língua, conseguiu entregar os diálogos num japonês bastante aceitável, e absorveu bem os maneirismos acanhados e a fragilidade aparente das japonesas. assim como aqueles dilemas emocionais todos, junto com a dificuldade em se relacionar com outras pessoas, traços tão característicos dos japoneses.

é um filme médio-bom, vê-se bem, e surpreende pela simplicidade. diria que é de digestão lenta, e provavelmente só começa a revelar-se depois de terminar, e de encaixarmos tudo no seu devido lugar.. fiquei quase com a sensação de ter lido um livro do murakami. a banda sonora é bastante envolvente, e ajuda a unir e intensificar aquele drama todo.

...ainda estou é para tentar perceber o que raio significa o som do pássaro que canta depois de um terramoto 🤔

Ghost In The Shell

Abril 02, 2017

não me vou esticar muito, nem fazer uma analise muito profunda ao filme, mas é capaz de haver um spoiler ou outro, so be aware!

estava praticamente às escuras, não vi trailers, não li teorias, e ignorei as polémicas. não ia com expectativas nenhumas, e ao contrário do que temia..

..gostei!

ainda não tive tempo de atacar as reacções que o filme está a ter nas hordas de fãs mais agarrados, mas do pouco que me passou pelos olhos, já deu para perceber que divide opiniões. esta é a minha.

a história é uma autêntica manta de retalhos, do manga, dos filmes (original e a sequela), da série, e provavelmente dos jogos também. recriaram muitas das cenas mais icónicas do filme original, mas sem a mesma ordem de acontecimentos ou contexto. e tem muitas hints de outras obras, como appleseed, star wars e o matrix, e quero muito acreditar que aquela referência ao fígado resistente de álcool (entre outras) veio directamente do neuromancer - que é só a base de muitos dos filmes de cyberpunk (incluíndo o próprio ghost in the shell) que apareceram na década de 90 e que incompreensivelmente, ainda não foi transformado em filme.

não se foca no mesmo tema (inteligência artificial), nem é tão profundo (apenas roça as questões filosóficas que são levantadas pela definição do ser humano num mundo tecnológico) como o material original, mas para agradar ao máximo número de pessoas, suponho que tenham jogado pelo seguro e contar uma história de vingança (quase) básica.

mas apesar de tudo, acho que o trabalho de casa foi bem feito, e conseguiram um resultado muito bom. o ambiente é diferente daquele que esperava (imaginei que recriassem a cidade de uma forma mais sombria e decadente, não tão "blade runner", mas perto), mas o filme está visualmente impecável, sem falhas. é daqueles que merece ser visto em 3d/imax, para não se perder a sensação de profundidade que muitas cenas têm. suspeito que no meio daqueles hologramas todos que pairavam sobre a cidade devem existir centenas de easter eggs e memes. apanhei alguns, como o doge, mas era demasiada informação para processar. tenho que vê-lo mais vezes :D

gostei muito da participação do takeshi kitano, de longe o melhor cast do filme, deu um excelente aramaki, e de se darem ao trabalho de mostrar como o batou recebeu as modificações cibernéticas, especialmente os olhos, que são o seu trademark. a major da scarlett, apesar de visualmente deslumbrante, saiu algo frágil e emocional e não me conseguiu convencer totalmente.

ghost wid in the shell

a banda sonora não é tão épica como a do kenji kawai, mas era muuuuito difícil superá-la. faz uma curta aparição nos créditos finais, que sabe a pouco mas é melhor que nada. contudo, espalhados pelos 107 minutos de filme, existem muitos detalhes sonoros que soam bastante familiares.

o final não é lá muito "japonês", e acho que deve ser a parte mais "tremida" deste filme, mas termina onde começa o original de 1995, e eu respirei de alivio por hollywood não ter arruinado outra das minhas obras-primas favoritas, como fizeram com o total recall e com o robocop. puf!

Arrival

Fevereiro 12, 2017

peeps be advised: não me contive nos spoilers, se ainda não viram o filme, voltem cá mais tarde!

para ser honesta, apesar de ter sido um dos filmes mais aguardados do ano passado, não estava com grande pressa em vê-lo. primeiro porque a premissa do filme pareceu-me algo desinteressante, e segundo porque não vou à bola com o renner, e muito menos com o whitaker (ninguém o mandou aceitar entrar naquela piada de supremo mau gosto que é o battlefield earth, deixo-mo com uma bandeirola vermelha por cima da cabeça). não tinha a certeza que a adams sozinha tinha filme para mim.

eis que doze misteriosas cápsulas alienígenas surgem em pontos aleatórios do globo.

só que esta não é a típica invasão extra-terrestre que todos tememos, em que os ETs entram logo a matar, cheios de pressa para nos liquidar e começar a sacar os recursos naturais da terra. é que - sejamos realistas, porque raio estes moços se davam à chatice de percorrer milhões de km's se não fosse para deitar as mãos ao planeta? até a própria historia da civilização humana sugere este comportamento...

não.. estes ETs, apesar do aspecto assustador (a fazer lembrar polvos gigantes) parecem pacíficos, e são extremamente pacientes com os humanos. os militares suspeitam da agenda destes visitantes, mas apesar de terem o arsenal bélico pronto a ser utilizado contra eles, dão-lhes o beneficio de dúvida. são então criadas equipas especiais para tentar estabelecer uma forma de comunicação.

a personagem interpretada pela amy adams, louise banks, uma especialista em linguística, é recrutada pelos militares americanos, para a complexa tarefa de descodificar a língua dos alienígenas, e questioná-los sobre o motivo da visita. e já agora, impedir que rebente uma guerra mundial. coisa pouca :D

já vi muitos filmes do género, mas poucos abordam o tema da comunicação, quanto mais dedicar o filme *todo* a isso. normalmente os ETs são uns porreiros, e chegam cá já a saber falar inglês. ou usam aquele conveniente deus ex machina, comunicam por telepatia. e siga para bingo!

mas de facto, é uma questão é pertinente. uma civilização com origem noutro ponto qualquer do universo, vai ter características brutalmente diferentes das nossas. as barreiras não se resumem apenas à linguística, mas a T-U-D-O. se é que existe sequer entendimento possível..

em termos de acção, o filme anda perto do zero. é lento, emocional, cheio de silêncios dramáticos, muito técnico, e denso em detalhes - daqueles que não dá *mesmo* para desviar a atenção, se não perdemos o fio à meada. puxa muito pela nossa capacidade de interpretação, perspicácia, e leitura nas entre-linhas.

não há desfile de tecnologia futurista (as naves têm uma forma orgânica, nada tech-y), não há sequências de batalha, e muito menos fogo de artifício digital. os cenários e adereços são realistas, simples e enfadonhos, e guarda-roupa é básico. junte-se a isso a cinematografia, com aquele ambiente minimalista frio e escuro, envolta numa banda sonora que parece de outro mundo, misteriosa e inquietante, e temos um filme que foge completamente ao estereotipo dos filmes sobre invasões extraterrestres.

entretanto, algumas pessoas já aborrecidas de morte, começam a sair do cinema, a lamentar o dinheiro que gastaram nos bilhetes.

aquilo que me manteve colada ao assento, de olhos esgazeados no ecrã, a espumar do cérebro, não foi (apenas) a atmosfera do filme, nem as actuações, nem a música.. foram os conceitos que o filme invoca, alguns baseados em teorias e hipóteses que mais parecem saídos da ficção cientifica, mas existem e estão ao alcance da wikipédia, e as injecções de linguística de cair pró lado, ZOMG!! as nuances, truques e rasteiras da linguagem, que nem nos passa pela cabeça...



as revelações vão-se sucedendo, cada uma melhor que a anterior,

a primeira é que, ao contrario dos humanos, os ETs não falam da mesma forma como escrevem. a forma gráfica como escrevem é não-linear, sem direcção, sem principio nem fim, e levanta a questão: será assim que eles pensam?

além disso, a ideia da nossa escrita e fala serem redundantes, e que estamos a desperdiçar um segundo canal de comunicações é muito interessante.

entretanto a louise começa a ser atormentada por "alucinações", que ela não reconhece nem compreende, mas que nós, graças ao início do filme, já sabemos que são memórias sobre algo muito importante da vida dela. e tem um sonho bastante oportuno, sobre a teoria que diz que a língua que falamos determina a forma como pensamos, e afecta a forma como vemos tudo. e quando nos imergimos numa língua estrangeira, o cérebro é reprogramado para pensar de outra forma. só assim naquela de levantar a pontinha do véu para o que aí vem!

a segunda é que, os ETs vieram até à terra para nos oferecer uma "arma". e cada uma das doze cápsulas espalhadas pelo globo transmitiu uma parte dela, na críptica linguagem alienígena. se a humanidade quiser resolver o puzzle, vai ter que unir esforços. i see what you did there, joe alien lol

só que a complexidade da comunicação entre as duas espécies, leva a que as intenções dos ETs em "oferecer arma", sejam mal interpretadas, e uma guerra à escala global contra os invasores está para rebentar a qualquer momento. louise aproveita uma "visão" de como subir até à cápsula, agora estacionada a várias dezenas metros do solo, para avisar os ETs que correm perigo.

dentro do aquário dos polvos do espaço, louise fica a saber que um deles está a morrer, embora o outro não pareça muito afectado. ela pede ao gigantesco ser, que avise as outras cápsulas dos planos dos humanos, mas este diz-lhe que ela tem a "arma", para usá-la.. algo que a deixa super confusa. é então que ela finalmente pergunta o que é que eles vieram cá fazer. o joe alien informa-a que vieram ajudar os humanos, pois daqui a três mil anos vão precisar da nossa ajuda. ela, ainda engasgada com a informação de que estava na posse da "arma", fica completamente baralhada com a conversa do futuro.. quando o afável ET lhe diz que também ela consegue ver o futuro..

os flashbacks sobre vida dela que até então estávamos a ver, são na verdade flashforwards...

WHO-HO-HO-A... i like it. i like it A LOT!

aqui tive um vibe *tão* cloud atlas. uma salganhada de cenas que não fazem sentido, mas quando chega ao fim e temos a grande revelação, só não caímos de cu porque estamos sentados.

a terceira e última revelação é que, os ET’s não experienciam o tempo da mesma forma que nós, mas sim de forma não-linear, e conseguem ver o que está para vir. e que a "arma" que vieram oferecer é a sua língua, a chave para abrir o tempo, para que os humanos também consigam ver o futuro.

à medida que a louise foi dominando a linguagem deles, a sua percepção do tempo expandiu-se e ela ganhou consciência de todos os instantes da sua existência. os eventos que ainda estão para acontecer revelam-se de forma cristalina. deixou de ter passado e futuro. tudo acontece ao mesmo tempo... 

isto é épico a tantos níveis!!!



e não tarda muito a dar uso à recém adquirida habilidade, com o general chinês.

o filme termina com a ela a aceitar o que o destino lhe reservou, apesar de saber que lhe espera tempos muito difíceis... e a nós também, com a quantidade de informação paradoxal que temos para digerir!

confesso que fiquei um bocado confusa com o conceito do tempo não-linear que o filme explorou. se por um lado passa a ideia que já está tudo determinado na nossa vida (se não, não era possível aceder a memórias de eventos que ainda estão muito distantes), por outro deixa implícito que podemos manipular o futuro.. andei dias a obcecar com isto, à procura que me fizesse sentido na cabeça. para mim, o mais lógico é, da mesma forma que não podemos mudar o passado, também não podermos mudar o futuro. além disso, jogo na liga daqueles que acreditam que a nossa vida e as nossas acções estão pré-determinadas, e não há nada que possamos fazer para fugir-lhes (e btw, não sou *de todo* religiosa). mas se deixar cair o conceito de passado e futuro, e ter apenas o presente, nesse caso consigo aceitar que seria possível manipular algumas coisas...

...se não, para que raio nos serviria a oferta dos polvos do espaço?

ainda não estou totalmente convencida, mas dou esta de bandeja.

só sei que esta história do tempo não-linear faz-me cócegas. desde que me conheço que embirro à brava com o momento presente, o passado e o futuro. estes "estados" sempre me fizeram uma confusão tremenda. como é óbvio, nunca cheguei a conclusão alguma.. talvez porque não há conclusão alguma para chegar. há umas quantas teorias sobre o tema, algumas delas sugerem que a malta devia estar sob o efeito de cenas fixes quando se lembrou delas :D

bom, para concluir, isto já vai longo e provavelmente muito desinteressante.. o arrival é um daqueles filmes de ficção cientifica inteligente, que faz uso de conceitos, teorias e hipóteses que nos metem a pensar, e a lamber páginas atrás de páginas, seja por mera curiosidade ou para aprofundar conhecimentos. mesmo sendo material tão denso, que no final ainda deixe mais questões do que aquelas que tínhamos antes. é o tipo de filme que divide opiniões, mas que entretém para lá da sala de cinema.

é soberbo a construir momentos de suspense, a narrativa é solida, e achei que o argumento joga (e muito bem) pelo seguro, ao dar apenas a informação essencial para transmitir as ideias, de forma muito clara para não dar margem a grandes dúvidas. apesar de um detalhe ou outro que achei mais confuso, não consigo criticar aspecto nenhum no filme, acho está muito próximo da perfeição.

e palmas para a amy adams, que foi brutal a dar-nos uma actuação deveras emocional. brilhou com uma série de emoções viscerais (desconforto, confusão, pânico, ansiedade, frustração), muito difíceis de fingir de forma convincente.

hats off!

Rogue One

Janeiro 05, 2017

até estava de apetites a escrever sobre o rogue one, mas depois vem o pedro do cinemaxunga, e relata palavra por palavra, a minha opinião sobre o filme. como eu não conseguia fazer melhor, o melhor que tenho a fazer é partilhar o link.

já no ano passado acertou na muge com a review que fez ao the force awakens. deste ainda tenho um rascunho enorme, uma amálgama de frases soltas que nunca consegui que fizessem sentido. talvez porque o filme não me fez sentido, e nunca consegui arrumá-lo na cabeça. tá tipo, na borda do prato.

X-Men: Apocalypse

Junho 15, 2016

disclaimer da praxe: não conheço os contornos do comic, nem da animação, nem conheço o universo deste bando para além das adaptações cinematográficas, as quais nem por isso gosto particularmente e tenho saído sempre do cinema a achar que levei banhada. spoilers ahead, be advised.

só que o homem queria ir ver a olivia munn embalada em latex e lá me arrastou até ao cinema. afundei-me na cadeira, a enumerar as coisas que podia estar a fazer em vez de ficar ali sentada a apanhar uma seca de duas horas e meia. 

o filme lá começou e contra todas as minhas (baixas) expectativas, prendeu-me a atenção logo aos primeiros minutos. apesar de não ser um conceito inédito, adorei o detalhe dos opening credits, que fazem a ligação entre os momentos iniciais até ao palco da acção principal, através uma espécie de túnel do tempo onde se ia assistindo à evolução da civilização in between.

num vibe anos 80 e num cenário pós- days of future past, vamos conhecendo o dia-a-dia mundano dos nossos amigos mutantes, e a sua demanda por tentarem levar uma existência pacifica e serem aceites como cidadãos normais.

entretanto o vilão da fita começa a revelar-se e a coisa ganha ainda mais entusiasmo. este não parecia ser o típico vilão coninhas que os filmes de super-heróis dos últimos anos nos têm andado a alimentar. não, este vilão tem um motivo sólido, e o seu humor rivaliza com o dos crocodilos do nilo. é só o mutante-mor e tem pretensões de dominar o mundo. acabou de despertar de um sono profundo forçado, que durou uns quantos milénios, e não lhe bastasse já ter mau acordar, como ficou absolutamente horrorizado com o panorama que encontrou.

não tardou muito a reunir uma trupe de mutantes igualmente desiludidos com o mundo e ampliar-lhes os poderes, para que o ajudassem a restabelecer o seu domínio e criar uma nova ordem. vai daí, esta gente começa a destruir o mundo como o conhecemos, de uma forma algo violenta para um filme do género.

sem outro remédio, a malta porreira une poderes para lhes dar cabo do canastro, e nos momentos finais acontece uma luta mental fantástica, com um desfecho poderoso.

a narrativa tem pés e cabeça, conseguiu manter-me agarrada do primeiro ao último segundo de filme e de todas as vezes que abri a boca, nenhuma foi para bocejar. muitas cenas, mesmo muitas cenas épicas ao longo do filme, muita respiração sustida, gargalhadas, e até alguma emoção desconfortável (daquela que não percebemos de onde vem, nem como lidar com ela). não me recordo de momentos parados ou aborrecidos, achei-o bem compassado e equilibrado nas doses de drama e acção. e referências, mooontes de referências!


sem contar com o guardians of the galaxy, (não o consigo meter no mesmo saco que os restantes filmes da marvel, aquilo é space opera da pura), acho que este é o filme de super-heróis que mais gostei dos últimos tempos (vá, o deadpool está muito fixe, mas sofre do terrível síndrome do vilão merdoso). não estava nada à espera. tanto que me apeteceu escrever sobre ele, é o primeiro dos x-men que me despertou vontade de o fazer.

não é perfeito. tem alguns soluços no departamento de CG e efeitos especiais, estamos em 2016, não se admite tanto amadorismo num filme destes, algumas cenas parecem ter sido feitas à pressão por estagiários pagos em food stamps; e alguns casts menos felizes, notei alguma falta de profundidade em certas personagens, que não conseguiram criar empatia com quem está deste lado do ecrã. mas apesar disso é um pedaço de entretenimento bastante agradável. e ao fim do dia, é isso que interessa!

Star Wars Despecialized

Dezembro 27, 2015

o meu mais sincero e profundo agradecimento ao harmy, mais à malta que está nisto com ele. é insano o nível de dedicação destes moços, o verdadeiro fan service. têm tido uma trabalheira dum cabrão para restaurar em HD o corte original da trilogia que foi para o cinema, utilizando todo o material que conseguem deitar as unhas. o resultado desta manta de retalhos meticulosamente costurada é milagroso!

duas maratonas, uma antes e outra depois do VII, a amar cada segundo, dos filmes sem cenas adicionadas, editadas ou modificadas, e com as músicas originais. nunca irei perdoar aquela paragem cerebral do george lucas.. emporcalhar uma obra de arte com CGI manhoso que destoa dolorosamente do resto.. é como se o da vinci olhasse pra mona lisa anos mais tarde, e decidisse grafitar-lhe um bigode, uma cicatriz e uma monocelha cerrada só porque sim :P

A Guerra das Estrelas

Dezembro 19, 2015

pessoas que não percebem a doideira à volta de star wars cheguem-se a mim, que eu explico (ou tento)!

mas antes deixem-me só iluminar aqui uma ideia:

ninguém é obrigado a gostar das mesmas coisas que os outros. eu por exemplo, não atino com harry potter, com twilight, com hunger games, entre tantas outras coisas, mas perder tempo a tentar perceber porque é que há quem goste é só estúpido. são gostos, e gostos não têm que ter explicação. é algo que existe bem dentro de nós, que mexe com emoções, com o imaginário, com medos e esperanças, valores e princípios, e até com a nossa personalidade. gostos não se percebem, sentem-se. 

quem gosta, gosta! quem não gosta, não gosta - e está tudo bem!

ainda aí estão? boa!

então, o fenómeno star wars divide-se em duas vertentes:

a máquina gigantesca de marketing, que tem como objectivo alcançar o maior número possível de pessoas. isso significa inundar os meios de comunicação e redes sociais, com notícias, rumores, artigos, trailers, sneak-peeks e featurettes, assim como inundar o mercado de merchandising, para gerar hype e promover o interesse no filme meses antes da estreia;

e uma geração inteira que cresceu com a saga no sangue, que perante um novo capítulo, sente-se tal e qual como uma criança na noite de natal, em êxtase. os nossos heróis de juventude estão de volta, para mais uma aventura épica na galáxia. rejubilemos!

quando temos meia dúzia de anos, somos extremamente influenciáveis, e há 30 anos o cinema podia não parecer tão épico como é hoje, mas acreditem que era, tanto ou mais! são coisas que ficam para sempre gravadas nos nossos circuitos. muitos de nós somos fãs de ficção científica por culpa desta saga. 

não sei quanto aos outros, mas eu mal vejo as letras azuis da intro e a música dispara, faço umas pinguinhas :D

ok, o enredo é básico: uma princesa em apuros, um jovem camponês que sonha com grandes aventuras, um contrabandista com a cabeça a prémio e o seu fiel companheiro, mais o bucha e o estica em versão lata, unem-se na tentativa de salvar a galáxia das garras do imperador mauzão e do seu capanga mascarado;

e a mensagem, quase infantil: a luta do bem contra o mal, dos oprimidos que não desistem, dos gestos de altruísmo e sacrifícios que se fazem em prol de um bem maior, da esperança, da fé, da força interior, das amizades improváveis, da família, do amor, e também do arrependimento e do perdão.

mas é a imaginação, e a forma como essa história nos é contada e mostrada, que faz toda a diferença.


o george lucas foi buscar referências e inspiração ao arco da velha, e construiu um universo fantástico. um universo do qual nós gostávamos de fazer parte mas não podemos porque foi há muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante.

nessa galáxia existem muitos planetas. uns são desertos areia, outros de neve e gelo, outros estão cobertos por densas florestas quase impenetráveis. e apesar de alguns ficarem nos confins da galáxia, podemos viajar entre eles como quem apanha o metro.

esses planetas são habitados por uma grande multitude de formas de vida, maioria bastante insólitas e com ar de poucos amigos. e apesar de falarem (grunhirem) em línguas diferentes, todos parecem entender-se e convivem de forma relativamente pacifica. entramos em qualquer bar de esquina e é só malta esquisita, mas tasse bem!

e robots. mooooontes de robots, de todas as formas e feitios, e para todos os usos.

existem também estações espaciais do tamanho de luas, veículos do tamanho de prédios e naves do tamanho de cidades mas ainda assim capazes de se deslocar à velocidade da luz. e muitas naves pequenas e ágeis, que todos nós gostaríamos de as levar a dar uma voltinha pelo espaço.

e não nos vamos esquecer do campo de energia criado por todos os seres vivos, que nos rodeia, penetra, e mantém a galáxia unida: a Força. quem é que não gostaria de servi-la e usar o poder dela, como os cavaleiros jedi? esses samurai intergalácticos, que lutam com sabres de luz, capazes de fazer mover objectos com o pensamento, manipular a mente dos mais fracos de espírito, e até apertar-lhes o gasganete.

só que a paz está ameaçada, o império galáctico quer dominar a galáxia e controlar todos os seus habitantes. mas tem uma pedra no sapato, a aliança rebelde, que vai fazer o impossível para furar os planos do imperador.

os dois lados estão brilhantemente ilustrados: o do mal é distópico, opressor, industrial e estéril. isso nota-se na estética e sofisticação das naves e veículos de combate, e nos uniformes das tropas; o bem aguenta-se à bronca, luta com o que consegue meter as mãos e vai-se desenrascando. a sua coragem e determinação compensa o número e o poder de fogo do inimigo. as naves são antiquadas, parecem sucata, estão sujas e amolgadas, e em permanente manutenção.

as batalhas são travadas nos mais exóticos cenários: desertos, florestas, no espaço, em campos de asteróides, em cidades nas nuvens, no interior de naves e instalações militares, e também no covil de seres de índole bastante duvidosa. com tecnologia engenhosa, armas de laser e outras mais rudimentares, como pedras e paus.

aliado a e este festim visual está uma banda sonora épica, que se entranha debaixo da pele, que faz arrepiar, que nos fica no ouvido para sempre. não é por acaso que é considerada pelo american film institute como a melhor banda sonora de todos os tempos.


quando o primeiro filme estreou, há quase 40 anos, filmes sobre o espaço não eram propriamente dito novidade, já havia o 2001, o star trek, entre outros tantos. mas nos anos 70, o sci-fi não estava particularmente na moda, e o risco de falhar era tanto que ninguém dava muito pelo filme. tinha um orçamento muito baixo e foi lançado no cinema como sendo um filme de categoria B. 

o inesperado aconteceu, a estranha fórmula que misturava sci-fi com fantasia, aventura e até comédia agradou a miúdos e graúdos, que invadiram o cinema em peso. tornou-se num brutal fenómeno de bilheteira e de cerca de 30 salas passaram a mais de 1000 em poucos meses. em algumas ficou mais de um ano em exibição.


os novos ficaram completamente deslumbrados pela aventura, pela magia e o pelo fantástico, os mais velhos por todo aquele universo excitante, divertido e despretensioso, que invoca a esperança de uma realidade melhor, que quebra os limites da existência monótona, e expande os horizontes da imaginação.

para a altura, os efeitos especiais eram revolucionários, e os efeitos sonoros do outro mundo. e está ali muito trabalhinho, entre cenários pintados à mão, maquetes e adereços, tudo feito à unha!

parece mal polido, desajeitado, o argumento meio desconjuntado e alguns diálogos são tenebrosos.. e parte do seu charme vem disso mesmo.

hoje em dia existem filmes imensamente maiores, com melhores efeitos especiais, melhor guarda roupa, melhor produção, e até melhores actores... e mesmo assim não conseguem destronar aqueles três filmes trapalhões, que roubaram para sempre, uma parte do coração a milhões de pessoas por todo o mundo. star wars entrou torto por linhas direitas e acabou por revolucionar não só o género da ficção cientifica, como a própria forma de se fazer e consumir cinema. tornou-se num clássico intemporal, num culto, num símbolo de uma geração.

mas não se apoquentem muito, que a febre está quase a passar e daqui por uns meses já ninguém vai falar do filme, os fanboys vão voltar todos para dentro das suas tocas cheias de memorabilia, maldizendo ou não, este novo episódio, uns a excomungá-lo, outros a abraça-lo e dar-lhe as boas-vidas no seu seio. all's well that ends well.


may the force be with you!

agora com licença que chegou a minha vez de ir ver o filme :D

The Martian

Novembro 20, 2015

peeps be advised: pode haver spoilers neste post. mas não creio que tenha mais spoilers que o trailer, que basicamente resume o filme todo (e eu dei graças - a mim - por ter mantido distância dele, à luz desta inspiração divina que tive há uns tempos)

todos os anos, durante a época das trevas* corro a lista dos filmes anunciados para o ano que se segue no IMDB, e boto na wishlist aqueles que pretendo ver. quando tropecei no the martian, comentei com a descoberta com o homem e a resposta dele foi

 

"oh não, outro filme passado em marte"

 

é verdade, já são uns quantos.. o tema já se começa a esgotar. quantos mais filmes sobre o planeta vermelho consegue a humanidade aguentar?

entretanto meses passaram, o filme estreou e não liguei grande coisa, apesar de me aperceber que estava a ser bem recebido. depois aconteceu uma mobilização mandatória e lá arrastamos o coiro até ao cinema, num cinzentão fim de tarde de outubro.

sentei-me confortavelmente com um grande balde de pipocas no colo e um cachorro-quente na mão (hey, ainda não tinha almoçado, don't judge me!) sem saber absolutamente nada do que vinha dali, a não ser que era sobre um gajo que ficou esquecido em marte. provavelmente ia ser muito aborrecido, provavelmente ia ser outra decepção como aconteceu no outro filme com um planeta no título que tinha visto há uns meses..

mas pronto!

duas horas e vinte minutos depois, eu estava atordoada. o que é que raio era aquilo que eu tinha acabado de ver? um biopic? um documentário? parecia tão real.. tudo menos um filme.. e de sci-fi..

senti-me subitamente transportada para o futuro. aquilo aconteceu *mesmo* e o filme não é mais do que a narração dos eventos que sucederam àquela pobre alma, que teve o azar de ficar encalhada num deserto estéril, a milhões de quilómetros de casa e sem grandes chances de voltar a ver o azul da terra; a sua resiliência e determinação em sobreviver àquele tormento; e o seu extraordinário resgate. tudo aquilo fez pleno sentido, não tive que suspender a descrença para aceitar o que me ia sendo mostrado (ok, talvez lá para o final, num pequeno detalhe). acho que foi a primeira vez que um filme de sci-fi conseguiu arrancar-me tal sensação.

 

“BRING HIM HOME”

 

aliás, o que me pareceu menos credível naquela história toda não foram as missões tripuladas a marte (e aquela já era a terceira), não foi um gajo ter conseguido sobreviver lá sozinho durante ano e meio com recursos limitadíssimos, mas sim a quantidade ridícula de dinheiro que uma missão de salvamento daquela magnitude é coisa para custar ao bolso dos contribuintes. toda a tecnologia envolvida pareceu-me realista e muito em linha com o que já existe hoje em dia, sem grandes excessos ou artifícios.



muito bem disposto e divertido, o matt damon - actor que nem dou muito por ele - desarmou-me logo nos primeiros minutos e conseguiu manter-me coladinha ao ecrã, sem revirares de olhos (redimiu-se completamente de.. coisas como esta e esta). houve momentos tensos, houve momentos em que parecia estar tudo perdido, que me encheram a vista de água, e no fim, aquela sensação inexplicável de felicidade misturada com alivio, de quando tudo acaba bem. senti-me quase como se estivesse meio daquela massa humana que acompanhou e aplaudiu o seu longo resgate.

não há vergonha em admitir que eu sou o público alvo deste filme. porque gosto de histórias sólidas, despretensiosas e sem rodeios, porque gosto de piadas básicas, porque fico assombrada ao aperceber-me de que o instinto de sobrevivência aliado ao engenho da nossa espécie é de facto algo muito poderoso, porque gosto de finais felizes, e claro, porque sci fi é o meu género favorito.

e precisava de mais. oh se precisava de mais!

nessa mesma noite comprei o ebook e comecei a devorá-lo. é daquelas leituras que não se consegue desviar os olhos, apesar de ser absurdamente técnico, e obrigar a paragens constantes para tentar projectar aquilo que estava a ler (tinha a facilidade de ter visto o filme e conseguir fazer pequenas associações). só largava quando já não conseguia juntar as letras e perceber o significado da palavra.

há um trabalho de pesquisa tremendo naquelas páginas. tremendo não, insano! desde conceitos de astronomia, física (e daquela *bem* rebuscada), engenharia, mecânica, química, botânica... é incrível. a imaginação para construir aquele escape, transmitir o feeling que nada daquilo é ficção. e mais incrível é a linguagem acessível e super descontraída da narrativa, sem floreados e repleta de momentos de humor.

"my asshole is doing as much to keep me alive as my brain"


passados três dias tive que voltar ao cinema, aquilo não me saia da cabeça. o meu coração estava preso nas paisagens áridas (ainda que fictícias) de marte, e a minha mente encantada com os feitos da humanidade (que só serão realidade daqui por umas décadas). precisava de outra dose. e sai de lá exactamente com a mesma sensação de antes!

 


entretanto terminei o livro e achei a adaptação ao cinema muito bem conseguida. as personagens estão bem caracterizadas, o tom e o ritmo estão fieis, ocultaram e/ou modificaram alguns aspectos, uns que não iam adiantar grande coisa, outros que podiam ter sido incluídos mas que iriam alongar ainda mais o filme (diz que a versão blu-ray vai trazer 20mn extra YAY), numa altura em que já só queríamos ver o nosso herói a escapar de marte, e outros ainda que fariam o PG subir.

parte gira de se levar para o cinema a bagagem do livro (como levei da segunda vez), é que se conhece os pormenores excessivamente técnicos que o cinema poupou ao argumento a fim de não maçar a audiência, e a experiência ganha uma profundidade ainda maior (como a explicação toda do que envolveu preparar o terreno para plantar as batatinhas, ir buscar a pathfinder e mete-la a funcionar, ou a preparação para a grand tour até ao local da próxima missão).



a parte menos gira é que eu não. me. calo. com as comparações. é penoso ver um filme ao meu lado cujo livro li LOL

um dos aspectos que me pareceu ter levantado mais criticas foi o facto de não ter sido um thriller psicológico, focado do desespero da solidão. da minha parte só tenho a agradecer, porque sou pouco dada a dramas. gosto mais desta abordagem get things done. em vez de ficar encolhida a um canto a deixar-se consumir pela tragédia, a personagem principal está apenas concentrada numa coisa: em sair de lá viva e não tem mãos a medir quanto a isso. no filme ainda encaixam uns momentos de solidão e desgaste, coisa que no livro nem se lhe sente o cheiro.

"i'm gonna have to science the shit out of this"


se tivesse que implicar com algum aspecto do filme, acho que seria com a banda sonora (com excepção da disco music, pois claro), podia ser mais épica. no entanto reconheço que se soasse mais a ópera espacial, o filme teria outra dimensão, provavelmente uma que iria alterar a percepção da história e o efeito que é suposto surtir no espectador. 


mas adorei o ping que assinalava o registo do SOL, que se não veio do echoes de pink floyd, foi terrivelmente inspirado nele :D

btw, isto não acontece em marte... que pena!

* época compreendida entre dezembro a fevereiro, quando os dias são curtos e frios e eu não me apetece a sair de casa e tenho muito tempo livre para perder com tarefas inúteis.

Let's NOT look at a treila

Outubro 22, 2015

eu compreendo os trailers e a sua razão de existir, a sério que compreendo (sem ironia). os estúdios contam com eles para gerar alarido e fazer estreias de arromba. parece que eles lá por hollywood levam a sério os milhões que os filmes fazem nas estreias. é assim que medem as pilinhas.

e para vender um filme meses antes da sua estreia, e assegurar que a malta está toda turbinada e em fúria para invadir as salas de cinema, os estúdios não vão de modas e atacam com artilharia pesada. invocam os deuses obscuros do marketing, que escolhem a dedo os segundos mais intensos do filme que os realizadores entretanto já conseguiram colar, usam cliffhangers como virgulas, e embrulham aquilo numa banda sonora épica (que btw, 90% das vezes é uma música de NIN), e tomem lá, seus gulosos, façam umas pinguinhas nas cuecas, partilhem, aticem-se nas redes sociais, façam barulho e saltem muito até ao dia da estreia, cá estaremos para vosso entretenimento.

e funciona!

acontece que, desde há uns anos para cá, tenho vindo a reparar que ver o trailer de um filme que tenho interesse, é a receita para o desastre. e porquê?

porque vou para o cinema com as expectativas muito altas. porque vi um trailer badass (ou dois, ou três), e o filme ficou aquém da grandiosidade de trailer... o argumento, as personagens (ou os actores), ou a montagem acaba por não corresponder e fico toda desgostosa.

porque o elemento surpresa dissolve-se mesmo antes de comprar o bilhete. já sei o que esperar, perde logo metade da piada.

ou ainda, porque esperava uma coisa e o trailer mostra-me outra e acabo por perder a vontade em ver o filme. acontece muita vez.

outra coisa que acho uma perfeita estupidez é a obsessão de se dissecar os trailers, como se aquilo revelasse todos os segredos do filme. há quem perca HORAS com aqueles segundos.. examinam até ao mais insignificante dos pormenores, extrapolam uma data de tretas, que depois cruzam com spoilers e rumores, e desatam a cagar teorias que nunca mais acabam. e lá está, mandam as expectativas da malta para a estratosfera, e depois o tombo é grande.. e doloroso.

só sei que as últimas grandes surpresas cinematográficas que tenho tido envolvem filmes que eu não sabia um cabrão de como eram, nem o que esperar deles.

por isso, e ainda que a tentação seja *muito* grande, já comecei a fugir deles.. sobretudo quando quero mesmo ser surpreendida. como por exemplo está a acontecer com o novo trailer de star wars. vi o teaser, mas decidi que não vou meter os olhos neste (nem vou linkar sequer). não vou sabotar a experiência, já me basta ter o subconsciente a alertar-me que não vou gostar porque sou purista e só aceito a trilogia original :P

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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