Lost in... Mérida
Maio 17, 2016
se perguntarem ao homem o que ele andou a fazer em mérida no fim de semana passado, ele vai responder:
"ver pedras!"
não lhe tiro a razão.. de facto, pouco sobra da ocupação romana naquela região, se não amontoados de pedra que têm conseguido sobreviver heroicamente ao longo dos séculos e das civilizações que ali estacionaram depois dos romanos, e usaram o seu meticuloso trabalho de construção para as suas próprias construções, tipo os muçulmanos. se perdermos um bocadinho a analisar as muralhas da alcazaba, vê-se muita pedra gamada às construções romanas. ou a malta dos tempos medievais, reza a história (ou uma das muitas) um sacana dum cavaleiro, que calhava achar piada a monumentos de civilizações antigas, decidiu que o templo de diana era a localização perfeita a sua vivenda. até me doeu a alma ver aquilo..
apesar de tudo, o conjunto arqueológico não deixa de ser impressionante. fez-me querer recuar 2000 anos no tempo, para conhecer a impressionante cidade romana que ali estava estabelecida.
retirando a parte histórica cujo património arqueológico é testemunha, não achei mérida uma cidade particularmente bonita. é confusa, apertada, desordenada, e demasiado explorada pelo turismo.
o que gostamos mais da cidade foram os bancos do guadiana, acho que isso diz tudo.. demos um longo passeio por lá, com o homem picadissimo por não ter equipamento de corrida, porque apetecia mesmo. aqui reparamos num fenómeno social deveras interessante. pequenos grupitos de jovens, salpicados um pouco por todo o lado, apanhavam bezanas pacatas e económicas, entre amigos e sem confusões.
o melhor das viagens são as surpresas, e nesta não foi excepção. como mérida estava com lotação completa, fomos dormir a uma terrinha ali perto. no dia seguinte, de regresso à cidade, passamos por outra terrinha, chamada alange. fica situada na margem de uma albufeira enorme, com o mesmo nome da localidade, e é assomada por um morro íngreme, com um castelo no topo. parece que é muito famosa pelas suas termas, mas não íamos preparados para isso.
ficamos fascinados com a paisagem e a luminosidade do dia, e como parecia muito mais interessante que as "pedras", acabamos por tirar parte do dia para apreciar devidamente aquele sitio, incluindo subir ao castelo, que proporcionou umas vistas do caneco!