Sardenha // Cala Gonone — Ólbia
Janeiro 07, 2024
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deixamos cala gonone (muito a contragosto) com destino à zona de san teodoro, onde tinha umas quantas praias assinaladas no mapa.
já estavamos às voltas à procura de lugar no parque de estacionamento de lu impostu quando reparei nos avisos do acesso reservado às praias, e lembrei-me que me esqueci (lol) de comprar os acessos para aquelas praias... o parque a abarrotar e levei uma porrada de tempo até encontrar lugar, e depois fui ver se ainda conseguiamos visitar alguma das duas praia que aquele estacionamento serve, ou se tinhamos que bazar.
felizmente dava para reservar o acesso no próprio dia. já não havia acessos para a cala brandinchi, mas ainda havia para lu impostu. menos mal, era da forma como não desperdiçava o tempo e o dinheiro gasto por ter andado às voltas no parque estacionamento.
estacionamos ao lado de uma pequena oliveira que estava pejada de cigarras, e que estavam a fazer uma barulheira incrível, até me custava a ouvir os meus próprios pensamentos lol
enquanto andávamos a juntar as coisas para levar para a praia, começo a sentir-me um bocado tonta e a perder as forças. mau.. achei melhor ir sentar-me no banco traseiro do carro antes que caísse pro lado. mesmo com as portas abertas a fazer corrente de ar, aquilo não melhorava... já estava a hiperventilar e a sentir-me mal disposta. às tantas agarrei numa garrafa de água para dar uns goles mas acabei por despejá-la por cima, sem me preocupar sequer se estava a molhar os estofos. uns minutos depois e a coisa lá começou a atenuar.
teve tanto de súbito como de estranho. não me parece que tenha sido uma insolação, porque aconteceu prai 5 minutos depois estar exposta ao calor, e estavam praí 30ºC na rua, não era uma temperatura que justificasse tal coisa. choque térmico também duvido, porque nunca tenho A/C do carro abaixo dos 22ºC. mais depressa desconfio que fosse do barulho ensurdecedor das cigarras do que do calor. homem estava fresco e fofo, fosse o que fosse que me deu, passou-lhe completamente ao lado.
aguardamos mais uns momentos para ter a certeza que o chilique tinha passado, e depois agarramos na tralha e fomos para a praia.
assentamos arraiais, mas acabamos por não ficar lá muito tempo... a praia estava a rebentar pelas costuras e o barulho daquela multidão era quase tão alto como o das cigarras ao pé do carro. além disso a praia também não parecia nada de especial... mas não ponho de parte a hipótese que pudéssemos estar enviesados por termos passado passado o dia anterior em praias realmente épicas 😅
pegamos na tralha e fomos para a praia de la cinta, não muito longe ali, que é baaaaaastante maior que aquela e não precisa de reserva. pelo caminho paramos num supermercado e compramos o farnel do dia: saladas, atum em conserva, presunto e queijo, e gressinos. já disse que fiquei fã dos supermercados na sardenha? opá.....
bom, la cinta era definitivamente maior, e apesar de também estar à pinha, as pessoas não estavam em cima umas das outras, como na praia de lu impostu. e agora que estávamos finalmente acomodados, começamos a pensar onde é que iramos dormir naquela noite.
a dada altura tivemos um daqueles momentos mega parvos [e que é mais uma private joke que outra coisa qualquer, mas que não me quero esquecer porque teve mesmo muita piada para nós]. sucede passamos a roadtrip toda a ouvir em repeat a minha playlist do the kiffness, e uma das músicas é a very good, very nice. e nós andávamos constantemente e regurgitar as músicas.
ora praia que é praia, tem vendedores ambulantes de bugigangas. e ali naquela zona muitos devem vir ali de áfrica, portanto têm aquele inglês com sotaque africano. estávamos tranquilamente a chillar nas toalhas, quando se aproxima um destes vendedores, e pergunta ao homem se quer um chapéu ou um colar, que é "very nice, for a very good price"...... eu não estava a olhar para o homem, mas pelo engasgo dele ao responder-lhe "no, no thank you", consigo sentir perfeitamente o esforço brutal que ele fez para segurar uma gargalhada gigante.
quando o tipo finalmente se afastou, e estava a uma distancia segura, desmanchamos-nos os dois a rir que nem umas hienas. segundo o homem, o pior não foi conter o riso, foi não começar a cantar a música 🤣🤣🤣
não foi dos melhores dias de praia, mas ficamos lá até já não estar praticamente ninguém. quando retornamos ao estacionamento, o único carro que lá estava era o nosso. percebemos o motivo quando nos aproximamos da máquina para ir pagar o estacionamento, e um funcionário veio ter connosco — o parque fechava às 20h, e já eram 20h30... long story short, por estarmos a sair fora de horas, tivemos que pagar uma multa de 10€... no total, 18€ de estacionamento para umas 5 horas de praia... 😑
os avisos estavam lá, nós é que não reparamos deles, com a cegueira de chegar à praia. além disso, eu tinha lido que aquele tipo de coisas aconteciam, mas passou-me completamente... oh well, vivendo e aprendendo.
dali fomos para ólbia, que assim ao menos visitávamos uma cidade grande. escolhemos um B&B perto do centro histórico, depois de termos tentado um outro antes, e de ter recebido uma lista de regras tão extensa (e estúpida) que decidimos responder “thanks but no thanks”. foda-se… a avaliar pelas reviews que depois estivemos a ler no google, calhava um de nos dar um peido mais alto a meio da noite que corriam logo connosco 🫠
distraimo-nos um bocado com as horas, e as opções para jantar ficaram um bocado limitadas. jantamos numa pizzaria que nos foi recomendada pelo dono do B&B, que estava aberta até mais tarde. era parecida à pizzaria que tínhamos estado em teulada, é mais take-away que restaurante, mas tem uma pequena esplanada para que se quiser servir ali. pena que as pizzas não eram tão boas como na outra.
depois demos uma granda volta pelo centro histórico e pela zona ribeirinha, provavelmente ia ser a única oportunidade de vermos alguma coisa da cidade. por acaso até tem umas ruas engraçadas, mas há muito edifício a implorar para ser renovado.
continua...