...mas não quero correr o risco que se apague da memória, lá terá que ser... 

fiz uma coisa completamente impensável para a minha pessoa a.M. (antes de maio de 2018). pensei mesmo muito nisto, durante meses, e nunca achei que não devia fazer. meti um prazo, mas como nunca mais havia maneira de acontecer, já me estava a provocar uma certa ansiedade. eventualmente o alinhamento cósmico deu-se, e apesar de já estar bem fora do prazo, aproveitei sem pensar duas vezes.

convoquei seis pessoas para uma conversa breve. as pessoas receberam a convocatória com cara de caso. tipo, a isa a querer conversar com todos nós ao mesmo tempo, não pode vir boa coisa dali...

espero nunca me esquecer da cara delas quando nos juntamos todos na sala. a atmosfera estava tensa, e eu tremia por todos os lados. até comecei por pedir compreensão pelo estado nervoso, porque era a primeira vez na vida que estava a fazer aquilo.

chamei-as para lhes agradecer. porque num momento da minha vida em que estive numa situação de vulnerabilidade, coisa já de si inédita, sempre que precisei de ajuda, elas estavam lá. e uma a uma, agradeci-lhes. e também pedi desculpa, porque falhei e não gosto de falhar a ninguém, embora não tenha tido outra hipótese. quase que houve lágrimas. apanhei-as completamente desprevenidas quanto à natureza do encontro.

em troca recebi um abraço apertado de cada uma daquelas pessoas. um abraço que transmitia uma mensagem silenciosa e reconfortante, "sempre que precisares, não interessa para o quê, estamos aqui para ti". re-confirmei naquele momento a realização que tinha desde há alguns meses, que aquelas são as minhas pessoas. foi uma sensação totalmente nova para mim, e fiquei tão contente (e aliviada) por lhes ter dito o que sentia.