Lições dos trinta #301
Agosto 23, 2019
há coisas na vida para as quais ninguém nos prepara. tipo tentar dar uma queca quando temos um gatinho bebé
[ não posso deixar esta assim no ar, pois não? 😅 ]
é que o gatinho até pode estar a dormitar num canto da cama, ou entretido a brincar com qualquer coisa, mas assim que topa os seus humanos a fazer festas um no outro, bate-lhe uma ciumeira danada,
"uai.. sessão de mimos e ninguém me chama?? não pode!!"
vem logo a correr meter o bedelho. entretanto a coisa começa a escalar, e o gatinho decide que também quer fazer parte da acção, porque já se sabe que os gatos só sabem brincar aos amassos,
"ca fixe, os meus humanos engalfinhados um no outro. também quero!!"
morde os dedos dos pés, morde uma nalga, atira-se aos braços, às pernas, passeia-se por cima de nós, quer enfiar o focinho onde não deve, e lamber o que conseguir - que até podia ser agradável, mas com aquela língua de lixa, não. obrigada.
e tu pões o gatinho no chão, uma.. duas.. três vezes.. mas o gatinho está a adorar a ramboiada e simplesmente não desiste. até que às tantas atiras a toalha,
"fdx, não me consigo concentrar com o cabrão do gato aqui"
e fechas o gatinho fora do quarto.
só que o gatinho não compreende porque é que foi posto a mexer, quando a brincadeira estava a ser tão divertida. e desata numa miadeira como se tivesse sido largado no meio de uma floresta escura, cheia de monstros.. ok, a gatifonga quando está de trombas consegue ser um bocado assustadora, mas não é caso para tamanha berraria...
"fdx, não me consigo concentrar com o cabrão do gato a miar"
e abres-lhe a porta, não vão os vizinhos chamar a polícia por maus tratos a animais de estimação.
e o gatinho fica todo contente, porque os humanos afinal querem a sua companhia, e volta para o meio da acção. e tu simplesmente tens que aguentar as mordidelas e os arranhões, e tentar proteger as partes mais sensíveis daquelas garrazinhas e dentinhos fininhos, aguçados que nem agulhas.
não vale a pena esperar que o sacanita esteja a dormir, que os gatos não dormem realmente, só fecham os olhos. qualquer som, arrebitam logo as orelhas e vão ver o que se passa. a única coisa que nos resta é esperar que eventualmente venham a perceber, que quando os humanos estão naquele reboliço, não querem nada com deles, e contentarem-se em observar, sem querer tomar parte.