Jordânia // Chegar lá
Outubro 14, 2024
mas antes disso,
uma das muitas coisas que levantam dúvidas sobre este destino é que tipo de roupa levar.
a jordânia é um país predominantemente muçulmano, com normas sociais conservadoras. apesar de ser bastante relaxado nas zonas urbanas e turísticas, é de bom tom os visitantes respeitarem a cultura e costumes locais.
a regra geral é que tanto homens e mulheres cubram o máximo de pele possível. as mulheres devem evitar andar com os ombros, joelhos, barriga e decote à vista, assim como usar roupa justa ou reveladora. os homens devem evitar usar calções e t-shirts que mostrem os ombros.
mas fiquei com a sensação de ser uma preocupação um bocado exagerada, pois os estrangeiros andavam por lá vestidos como se estivessem num qualquer pais do ocidente, e não vi, em momento algum, os locais a implicarem com isso.
depois há que considerar o clima também. durante o outono, os dias são quentes e as noites podem ser frias, especialmente no deserto. por isso convém levar alguma roupa quente. portantos, um dos maiores desafios da viagem foi fazer caber bagagem para 8 dias numa mochila de 40 x 20 x 25, sem lhe rebentar as costuras lol e se levamos roupa a mais? claro que sim!
os voos eram aqueles que nos levavam para lá ao preço mais em conta. felizmente já existem lowcosts a voar para a jordânia, o que torna a coisa mais amiga da carteira (apesar dos horários estapafúrdios).
porque não existem voos directos a partir de PT, o nosso salto seria em milão. o primeiro voo saída de lisboa às 6h10, o segundo saía de milão às 4h30 do dia seguinte, o que significava uma escala de 18 horas. a boa notícia é que dava para conhecer milão. a má noticia, é que não íamos dormir nada na véspera (como de costume), e iríamos andar todos grogues o resto do dia + voo às 4 da manhã, eram dois dias sem dormir — e como isso seria a morte do artista, comecei a ver quais eram as minhas possibilidades para dormir durante a escala...
...e foi assim que descobri que existem alguns hotéis que disponibilizam reservas de curta duração (day use), que se iniciam pela manhã e terminam ao final da tarde (tipo entrar as 9h e sair as 18h). é genial e absolutamente lifesaver.
o moxy que existe junto do terminal 2 de malpensa tinha este tipo de estadias. tão foi sair do aeroporto, atravessar a estrada, fazer o check in, tomar o pequeno almoço, e ir dormir lol
às seis da tarde apanhamos um transfer para milão e fomos ver as modas. não achei a cidade nada de especial. só lá volto de tiver outra vez uma porrada de horas de seca no aeroporto (e mesmo assim...).
regressamos ao aeroporto por volta da meia noite, o check in abria por volta das 3 da manhã. secaaaaaa. ainda por cima, tava tudo fechado, nem um cafézinho aberto, que miséria de aeroporto.
o voo para ammam saiu sem grandes atrasos. o passeio por milão deve ter dado cabo de mim porque dormi a viagem quase toda, nem sei como tal coisa foi possível dado o meu estado de exitação quase a roçar o histerismo. quando acordei, já perto do final da viagem, olhei para o chão lá em baixo, e só vi castanho. kms e kms de castanho que coisa tão desoladora... “omg, ondé que me vim meter”, pensei.
aterramos e fomos para a fila da imigração, para obter o visto de entrada. o governo tem uma opção muito interessante para quem vai lá em turismo e pretende ficar mais do que 3 noites, o jordan pass. custa 70 JOD (~90 EUR) e isenta as taxas do visto de turismo (que custam 40 JOD ~ 52 EUR), e inclui entrada gratuita para cerca de 40 atracções, incluindo petra. se levarmos em conta que a entrada em petra para 1 dia custa 50 JOD (64 EUR), mais de que compensa. carimbo no passaporte e siga pa bingo.
first things first, comprar um cartão SIM pré-pago para ter internet.
existem 3 operadores de comunicações moveis na jordânia: a zain, a orange e a umniah. as duas primeiras são as que têm melhor cobertura, e basicamente escolhemos aquela que nos apareceu à frente primeiro, que calhou ser a zain. como temos um hotspot, um cartão chegou para os dois telemóveis.
a segunda coisa seria comer. não tínhamos comido grande coisa na noite anterior estávamos a morrer de fome, só que o mano da rent a car já lá estava a levar seca à nossa espera, o pequeno-almoço teria que esperar.
optei por alugar o carro numa rent a car local que tinha boas reviews, e de facto a coisa foi bastante descomplicada. pedi um carro automático (porque agora não quero outra coisa muahahahah) com seguro contra-tudo-e-mais-um-par-de-botas (porque aquela malta de lá tem fama de ser maluca ao volante, e as estradas podem ser um bocado traiçoeiras). as comunicações por whatsapp começaram uns dias antes, para garantir que estava tudo alinhado. à hora marcada, um representante foi-nos buscar ao aeroporto já naquela que ira ser a nossa viatura, um nissan kicks (basicamente um juke da temu) e levou-nos até ao escritório, não muito longe do aeroporto, para tratar a papelada e pagar.
posto isto, estávamos por nossa conta. agora sim, podemos finalmente ir COMER!!
mas podíamos comer já a caminho do mar morto, né? traçamos o percurso no google maps para ver o que é que havia pelo caminho, e madaba, uma das maiores cidades do pais e ponto turístico ficava de caminho. era mesmo ali que iríamos parar.
como pais em vias de desenvolvimento, o contraste com realidade a que um europeu que pouco sai da sua bolha pode causar um choque. senti isto nos primeiros momentos de lá estar. aquilo que salta logo à vista é lixo. lixo por todo lado. epá...
“ondé que me vim meter”, ia pensando ao longo do caminho... ONDÉ QUE ME VIM METER”, pensei ao entrar na cidade.
parecia que nenhuma casa estava acabada, os carros todos velhos e/ou batidos, tudo assim um bocado mal amanhado. tenho que confessar que me fez um bocado de confusão...
ok e ondé que se come aqui? optamos para ir até a um centro comercial que era das coisas com melhor aspecto ali, e acabamos no mc donalds. para sobremesa fomos a uma loja de donuts porque eu não consigo resistir a donuts.
depois do estômago finalmente aconchegado, fomos à procura dum supermercado para ir comprar água e uns snacks.
quando estávamos na caixa para pagar, o cota que tava atrás de nós, e que nos ouviu a falar português, meteu-se connosco. "olá", "como está?", "obrigado", e "RONALDO. SIIIIIM!!!" e nós sem saber bem como responder... que vergonha, o homem sabia mais português que nós árabe (que nesta altura eram exactamente 0 palavras) 😅
continua →