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lost in wonderland

lost in wonderland

Há sushi e sushi

Dezembro 06, 2014

as muitas barretadas que tenho apanhado em restaurantes de cozinha japonesa ao longo dos anos têm contribuído para a minha falta de entusiasmo em experimentar sítios novos. sempre que caio na asneira o faço, e já sabendo o que a casa gasta, ponho as expectativas bem lá no fundo. antes surpreendida que desiludida.

 

...e ainda assim fico verdadeiramente impressionada como alguns conseguem transpor a minha já baixa fasquia e revelarem-se mais maus do que ia preparada para tolerar. como uma experiência que tivemos recentemente.

 

vou omitir o nome da casa porque não me apetece confusões, mas é o exemplo perfeito para ilustrar as primeiras linhas deste post. digo apenas que se trata de um espaço com um estilo muito in, decoração sóbria e elegante, empregados de mesa fardados de preto da cabeça aos pés, generosa colecção de garrafas de gin no bar, música lounge, fashion tv a passar.. the works!

 

pelas fotos, comentários de clientes e pontuação que têm na página do facebook, parecia seguro arriscar e descobrir se servia para nos poupar umas idas a algés quando a gulodice aperta em ocasiões impróprias.

 

não ia com grande fé e cedo apercebi-me que se calhar devíamos ter jantado em casa, que tinha lá meia farinheira no frigorífico, à espera de ser combinada com uns ovinhos à maneira. tal e qual como ir ao supermercado com fome, a preguiça em fazer o jantar por vezes também nos leva a tomar más decisões lol

 

tenho a dizer que a experiência foi consistente do principio ao fim. começou logo pela ementa. no fim de uma lista pouco variada onde era tudo mais-do-mesmo, eis que os meu olhos encalharam na mais tradicional das especialidades japonesas:

 

picanha...

 

(é para quem não gosta de peixe cru ter uma alternativa, isa maria, não impliques com esses detalhes, mulher)

 

enfim.. pedido feito, eis chega um amuse-bouche que nos deixou incrédulos com o nível de sofisticação:

 

palitos de cenoura crua acompanhados por maionese de alho...

 

OK... se a cena da picanha fez soar algumas sirenes, a da cenoura disparou o alarme central... só não disparamos nós do restaurante porque não somos de fazer isso.

 

entretanto uma taça de sopa miso materializa-se debaixo das minhas narinas.. BLISS (amo sopa miso, é daquelas coisas que me aquecem o corpo e a alma)!

 

ah, sopa miso é aquela base, não há como enganar. ah ah ah i wish.. nem no pior dos restaurantes pseudo-japoneses que tive o (des)prazer de frequentar me serviram uma sopa tão meh. não que tivesse mau sabor ou estivesse estupidamente salgada, mas... salsa em vez de alho francês e/ou cebolinho? are you fucking kidding me??

 

o prato principal, um combinado de sushi-sashimi, nem por isso tardou a aparecer. a apresentação não estava era nada de especial mas já tive muito pior. o peixe é que.. bem.. ressequido e sem sabor nenhum. o meu paladar não conseguia distinguir se estava a comer salmão ou atum ou outra coisa qualquer, só lá ia pela textura (bom.. ao menos não me deu vómitos, como naquela que ficou conhecida pel'a mais vil refeição de sushi de sempre, em que tive que parar de meter comida na boca, sob a ameaça do estômago devolver ao mundo tudo o que tinha dentro). os uramakis (sushi invertido) davam dó de tão miseráveis que eram. minúsculos e tão mal amanhaditos, pobrezitos. tinha o telemovel em cima da mesa mas nem uma fotografia me apeteceu a tirar..

 

e provavelmente a coisa só não ficou pior porque nesta altura já só queríamos dar à sola :P

 

mas conta lá, ao menos safou-se o chá verde que pediste para acompanhar a refeição, certo?

 

epá, até nisso conseguiram enfiar a pata na poça. vinha morno.. MORNO, e tão concentrado que roçava o intragável.. acho que nunca bebi um chá verde japonês tão mal preparado.. às vezes tenho realmente pena de não ser uma daquelas pessoas com tomates para mandar as coisas para trás..

 

o ambiente é bastante agradável e o atendimento foi bom, mas falhou redondamente em tudo o resto.. e caro.. aliás... caríssimo para o que nos foi servido. sou levada a crer que, ou tivemos azar no dia em que escolhemos ir lá, ou nas pessoas a quem calhou o nosso pedido, ou um qualquer acidente cósmico que ocorreu naquele momento, não encontro explicação. anyway, não tenho vontade de voltar a arriscar, ficou automaticamente banido do nosso roteiro gastronómico.

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'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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