Merdices II
Março 29, 2005
No dia a seguir, quando íamos a sair, a vizinha de baixo quis pedir uma coisa ao marido e acabamos por falar no assunto. Depois o telefone começou a tocar e tivemos que subir à pressa pa atender. Quem era? Sim, adivinharam! Ela deve-nos ter ouvido a falar sobre a coisa na escada, e resolveu mais uma vez, na sua cobardia característica, telefonar em vez de sair à rua.
Para azar dela, foi o marido que atendeu. Primeiro ela começou a dar a entender que tínhamos sido nós que fizemos barulho, depois começou a tentar difamar a vizinha de baixo, e depois mais um monte de merdas. Teve a xatear quase 20 mn ao telefone (não foi mais porque não calhou), mas o marido respondeu-lhe sempre à letra. Entre muitas coisas que ele lhe disse, foi que ela é que incomodava bastante com os batucos no tecto que acontecem a quase toda a hora, e também, porque é que ela não ia falar com o vizinho que realmente incomodava. Ela disse que já se tinha habituado ao barulho do cão (leia-se: ela têm medo do vizinho e não se mete com ele, e acusa os outros em vez dele).
Disse-lhe também que não gosta de ser acusado sem fundamento, que está de consciência limpa, e não quer saber de chatices, e que se alguém o meter em "trabalhos", ele vê-se obrigado a tomar providências. Ás tantas, ele já farto,disse que tinha que desligar, pois tinha que fazer. Note-se que durante toda esta conversa, ele foi bastante cordial.
Hoje voltou a tirar-me da cama com um telefonema. Mas desta vez eu estava bem desperta. Primeiro começou por falar novamente no barulho, e que na sexta feira tinha sido por demais que até teve que chamar a policia. Disse-lhe que nada sabia, pois tínhamos saído na sexta logo cedo. Depois começou com a velha lengalenga de que o prédio era velho e o som propagava-se bem, e o barulho praqui e o barulho prali, e claro foi buscar a conversa das obras, que tinham vindo trabalhar ate aos sábados e domingos (sábados só vieram uma vez e domingos nunca ca esteve ninguém), e que fizeram barulho que dá para uma vida inteira, A isto só respondi que não foi nem a primeira, nem será a ultima vez, que um apartamento sofre remodelações, ela que mora cá à 18 anos sabe isso muito melhor que eu. Foi obrigada a concordar.
E depois claro, como não tinha ponta por onde me pegar, voltou à carga a difamar a vizinha (de cima para ela, de baixo para mim), e eu disse-lhe que me estava a passar para isso, depois começa a falar-me que já quando tinha falado com o meu marido ele também não quis saber disso, ao que eu respondi que estava presente e que sei muito bem o que ele disse e que estava correcto. Ora, vai daí, a puta da velha começa a falar mal do meu marido, DO MEU MARIDO, A MIM! Saltou-me a tampa. A dizer-me que ele ainda era um "miúdo", e que não sabia nada, e que não podia estar com ameaças (por ele ter dito que tomava providencias caso fossem incorrectos com ele), e começou a imita-lo em algumas frases, feita parva, e eu só dizia que ele esteve muito bem (e esteve), e mais merdas. Nesta altura ela já estava a ficar histérica, e quase a gritar ao telefone, depois rematou que como ele era meu marido, era lógico que estivesse "do lado dele".
Depois, ficou toda ofendida quando lhe "atirei" à cara que já era a 3ª vez que telefonava, e quando sugeri que da próxima vez que pensasse em telefonar, que se metesse no elevador e viesse conversar pessoalmente, explodiu, completamente histérica. Bem, até pareceu que a ofendi gravemente..."e que não ando a alimentar conversas desse tipo (deve-se ter referido a fofocas - não, que ideia!!!)", "e que não sei quê não sei que mais", depois ainda disse que o telefone serve para comunicar, ao que eu respondi que é pela falta de comunicação directa entre as pessoas que as relações andam tão azedas, desligou-me o telefone na cara a dizer que eu era tão mal-criada como o meu marido....sim senhora!
Agora pergunto-me:
- Será que ela é a "embaixadora" daqui do prédio? Só ela é que se queixa do ruído!
- Será que ela anda "feita" com a mãe do vizinho, que aparentemente desculpa o filho dizendo que somos nós quem faz barulho.
- Será que ela tem o direito de nos telefonar para casa e ofender-nos, quando, tanto eu, como o marido falamos sempre correctamente com ela, e cujo único problema é que ela se recusa a aceitar os factos?
- Será que não temos o direito de nos defender contra este tipo de acusações e ataques pessoais?
Tanto quanto sei, ela não abre a porta a ninguém, nem sequer à policia, ou seja, é incapaz de encarar as pessoas. É mais uma daquelas pessoas que estão sozinhas neste mundo, e que vivem escondidas atrás dum telefone, a única coisa que lhes trás poder, o poder de corromper toda a gente que vive à sua volta.
Depois só os problemas dela é que interessam, os dos outros não. Nunca aceita o nosso ponto de vista.
Hoje o cabo da vassoura ainda mal parou, se ela percebe tanto das leis do ruído, também deveria saber que até às nove ou dez da noite, podemos fazer barulho à vontade. Bela companhia, a única que ela arranjou, uma vassoura, depois ainda se queixa que tem o tecto em más condições...pudera! Um destes dia ainda lhe cai um bocado de estuque em cima da cabeça.
Eu tou em casa o dia todo, barulho, não faço praticamente nenhum, a televisão tem sempre o volume no mínimo. Ouço as pancadas no tecto, ouço o barulho do vizinho de cima e do do lado, oiço o elevador do prédio ao lado, e cada vez que estes elevadores vão ao rés-do-chão, os contra-pesos chegam cá em cima e pregam uma porrada que me treme a casa toda, (divido a parede da sala com a casa do elevador) e fazem um barulho jeitoso. Eu não me queixo do barulho a ninguém, e não admito que se queixem de mim, especialmente quando a culpa não é minha.
Hey Pedro, afinal acho que vou ver esse tal filme que falaste...