Cota...
Fevereiro 02, 2005
Tipo, pela altura do Carnaval, numa época que vai desde os meus 4-5 anos até aos 10-12, eu costumava mascar-me. A escolha dos fatos ficava sempre ao critério da minha mãe, pois ela era a inspiração e costureira de serviço. Mascarei-me de ciganita, saloinha, fada, odalisca, e outras coisas que não me recorda agora. Os meus fatos eram sempre muito bem feitinhos, com todos os pormenores e acessórios, na maioria das vezes, improvisados.
Hoje vejo os pais a invadirem os supermercados por fantasias já feitas, de heróis e heroínas standartizados (spidermans, batmans, barbies, emilias, etc etc), por não terem tempo disponível para fazerem os próprios fatos para os rebentos.
Isto significa que a qualidade dos carnavais está comprometida. Já quase não se vê os fatos improvisados, de personagens que não existem, se não na imaginação das pessoas, com tecidos muito melhores que os que são usados para confeccionar os pret-à-porter preferidos pelos miúdos e graúdos dos tempos modernos.
Recordo-me de quando os meus pais saiam para os seus carnavais.
Uma vez, o meu pai vestiu-se de professor, com uma pêra improvisada a partir de cabelo de uma boneca minha, que já estava na "reforma", e a minha mãe de menina de escola, com totós, sardas, e a minha mochila às costas.
Outra vez juntou-se um granda grupo e não sabiam de que ir, então, foram aos lençóis da minha mãe e vestiram-se de "xeiks" árabes, outra vez, "trocavam" de sexo, e por aí em diante. Hoje já não vejo dessas coisas que achava tanta piada.
Eu nem por isso gosto do Carnaval, mas tenho saudades dos Carnavais da minha infância.
Outra coisa que me veio à memória, por ter falado ali em cima em "emilias", é o Sitio do Pica-pau Amarelo.
O Sitio do Pica-pau Amarelo do meu tempo, não esta nova versão que anda por aí, era muito mais interessante que este agora. Para já que era deveras assustador. Eu cá, tinha um medo da "Cuca" que era um espectáculo. Ela era muito mais real e má que esta. E a Emilia muito mais crescidinha, e os episódios deveras mais intensos e interessantes que estes. Há coisas que se perdem com o tempo...