Monte das Figueiras
Janeiro 25, 2005
É uma mistura de sentimentos incriveis. Percorrer um caminho que não percorria havia quase 20 anos, saboreando cada segundo, ver que o velho "barreiro" ainda tinha água, apesar da seca, ver a velha alfarrobeira, que tinha um baloiço onde eu me divertia (assim como a minha mãe, bem antes de mim), a cair de velha, sem forças, emaranhada em ervas altas, espinhos e trepadeiras. Ver o casario abandonado, ver a casa que outrora costumava estar cheia de gente, onde deixavam os enchidos no fumeiro, onde faziam as almoçaradas, ver a casa velha, agora completamente em ruínas, onde eu e o meu tio Paulo costumávamos ir desenterrar "tesouros" deixados por familias que lá tinham morado muito antes, ver o velho forno onde se cozia o pão, ver o campo onde o meu tio ia colocar ratoeiras para caçar pássaros, ver os muros de pedra a desmoronarem-se lentamente, ver ao longe a casa que me assustava por se parecer com uma cara humana, ver a vista abslutamente deslumbrante...voltar a ouvir o chilrear dos pássaros à tardinha, o canto dos cucos, e sentir a brisa fresca e cheia de aromas agradáveis foi fantástico, mas muito melancólico.