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lost in wonderland

lost in wonderland

You only had one job

Novembro 23, 2015

então, esta pessoa que vos escreve faz sopa semanalmente há uns quantos anos. só este ano já fez sopa perto de 40 vezes, é de assumir que a dita pessoa já possui bastante prática na matéria.

mais a mais. a pessoa usa uma geringonça para preparar a sopa que remete as probabilidades de erro para valores quase negativos. lava e corta os vegetais, cobre-os com água, tempera, e dali a 20 minutos está a saborear uma sopa deliciosa. o processo é terrivelmente simples e não há como enganar.

só que.. até na mais afinada das engrenagens, falhas acontecem. falhas grosseiras.

isto a propósito de quê, perguntam-se os estimados lurkers. precisamente porque a sopa no menu desta semana é,

 

creme de pimenta

 

"entusiasmei-me" com o tempero, foi o que foi... e para além disso, suspeito que também possa ter abusado na quantidade de nabo, mas é impossível de dizer se está saborosa na mesma ou não, porque mal a primeira colherada entra em contacto com as minhas papilas gustativas, fico capaz de cuspir fogo!

até o homem, que costuma ser imune aos meus desastres culinários e come qualquer mistela mal amanhada, foge da sopa como um vampiro ao alho...

 

*suspiro*

The Martian

Novembro 20, 2015

peeps be advised: pode haver spoilers neste post. mas não creio que tenha mais spoilers que o trailer, que basicamente resume o filme todo (e eu dei graças - a mim - por ter mantido distância dele, à luz desta inspiração divina que tive há uns tempos)

todos os anos, durante a época das trevas* corro a lista dos filmes anunciados para o ano que se segue no IMDB, e boto na wishlist aqueles que pretendo ver. quando tropecei no the martian, comentei com a descoberta com o homem e a resposta dele foi

 

"oh não, outro filme passado em marte"

 

é verdade, já são uns quantos.. o tema já se começa a esgotar. quantos mais filmes sobre o planeta vermelho consegue a humanidade aguentar?

entretanto meses passaram, o filme estreou e não liguei grande coisa, apesar de me aperceber que estava a ser bem recebido. depois aconteceu uma mobilização mandatória e lá arrastamos o coiro até ao cinema, num cinzentão fim de tarde de outubro.

sentei-me confortavelmente com um grande balde de pipocas no colo e um cachorro-quente na mão (hey, ainda não tinha almoçado, don't judge me!) sem saber absolutamente nada do que vinha dali, a não ser que era sobre um gajo que ficou esquecido em marte. provavelmente ia ser muito aborrecido, provavelmente ia ser outra decepção como aconteceu no outro filme com um planeta no título que tinha visto há uns meses..

mas pronto!

duas horas e vinte minutos depois, eu estava atordoada. o que é que raio era aquilo que eu tinha acabado de ver? um biopic? um documentário? parecia tão real.. tudo menos um filme.. e de sci-fi..

senti-me subitamente transportada para o futuro. aquilo aconteceu *mesmo* e o filme não é mais do que a narração dos eventos que sucederam àquela pobre alma, que teve o azar de ficar encalhada num deserto estéril, a milhões de quilómetros de casa e sem grandes chances de voltar a ver o azul da terra; a sua resiliência e determinação em sobreviver àquele tormento; e o seu extraordinário resgate. tudo aquilo fez pleno sentido, não tive que suspender a descrença para aceitar o que me ia sendo mostrado (ok, talvez lá para o final, num pequeno detalhe). acho que foi a primeira vez que um filme de sci-fi conseguiu arrancar-me tal sensação.

 

“BRING HIM HOME”

 

aliás, o que me pareceu menos credível naquela história toda não foram as missões tripuladas a marte (e aquela já era a terceira), não foi um gajo ter conseguido sobreviver lá sozinho durante ano e meio com recursos limitadíssimos, mas sim a quantidade ridícula de dinheiro que uma missão de salvamento daquela magnitude é coisa para custar ao bolso dos contribuintes. toda a tecnologia envolvida pareceu-me realista e muito em linha com o que já existe hoje em dia, sem grandes excessos ou artifícios.



muito bem disposto e divertido, o matt damon - actor que nem dou muito por ele - desarmou-me logo nos primeiros minutos e conseguiu manter-me coladinha ao ecrã, sem revirares de olhos (redimiu-se completamente de.. coisas como esta e esta). houve momentos tensos, houve momentos em que parecia estar tudo perdido, que me encheram a vista de água, e no fim, aquela sensação inexplicável de felicidade misturada com alivio, de quando tudo acaba bem. senti-me quase como se estivesse meio daquela massa humana que acompanhou e aplaudiu o seu longo resgate.

não há vergonha em admitir que eu sou o público alvo deste filme. porque gosto de histórias sólidas, despretensiosas e sem rodeios, porque gosto de piadas básicas, porque fico assombrada ao aperceber-me de que o instinto de sobrevivência aliado ao engenho da nossa espécie é de facto algo muito poderoso, porque gosto de finais felizes, e claro, porque sci fi é o meu género favorito.

e precisava de mais. oh se precisava de mais!

nessa mesma noite comprei o ebook e comecei a devorá-lo. é daquelas leituras que não se consegue desviar os olhos, apesar de ser absurdamente técnico, e obrigar a paragens constantes para tentar projectar aquilo que estava a ler (tinha a facilidade de ter visto o filme e conseguir fazer pequenas associações). só largava quando já não conseguia juntar as letras e perceber o significado da palavra.

há um trabalho de pesquisa tremendo naquelas páginas. tremendo não, insano! desde conceitos de astronomia, física (e daquela *bem* rebuscada), engenharia, mecânica, química, botânica... é incrível. a imaginação para construir aquele escape, transmitir o feeling que nada daquilo é ficção. e mais incrível é a linguagem acessível e super descontraída da narrativa, sem floreados e repleta de momentos de humor.

"my asshole is doing as much to keep me alive as my brain"


passados três dias tive que voltar ao cinema, aquilo não me saia da cabeça. o meu coração estava preso nas paisagens áridas (ainda que fictícias) de marte, e a minha mente encantada com os feitos da humanidade (que só serão realidade daqui por umas décadas). precisava de outra dose. e sai de lá exactamente com a mesma sensação de antes!

 


entretanto terminei o livro e achei a adaptação ao cinema muito bem conseguida. as personagens estão bem caracterizadas, o tom e o ritmo estão fieis, ocultaram e/ou modificaram alguns aspectos, uns que não iam adiantar grande coisa, outros que podiam ter sido incluídos mas que iriam alongar ainda mais o filme (diz que a versão blu-ray vai trazer 20mn extra YAY), numa altura em que já só queríamos ver o nosso herói a escapar de marte, e outros ainda que fariam o PG subir.

parte gira de se levar para o cinema a bagagem do livro (como levei da segunda vez), é que se conhece os pormenores excessivamente técnicos que o cinema poupou ao argumento a fim de não maçar a audiência, e a experiência ganha uma profundidade ainda maior (como a explicação toda do que envolveu preparar o terreno para plantar as batatinhas, ir buscar a pathfinder e mete-la a funcionar, ou a preparação para a grand tour até ao local da próxima missão).



a parte menos gira é que eu não. me. calo. com as comparações. é penoso ver um filme ao meu lado cujo livro li LOL

um dos aspectos que me pareceu ter levantado mais criticas foi o facto de não ter sido um thriller psicológico, focado do desespero da solidão. da minha parte só tenho a agradecer, porque sou pouco dada a dramas. gosto mais desta abordagem get things done. em vez de ficar encolhida a um canto a deixar-se consumir pela tragédia, a personagem principal está apenas concentrada numa coisa: em sair de lá viva e não tem mãos a medir quanto a isso. no filme ainda encaixam uns momentos de solidão e desgaste, coisa que no livro nem se lhe sente o cheiro.

"i'm gonna have to science the shit out of this"


se tivesse que implicar com algum aspecto do filme, acho que seria com a banda sonora (com excepção da disco music, pois claro), podia ser mais épica. no entanto reconheço que se soasse mais a ópera espacial, o filme teria outra dimensão, provavelmente uma que iria alterar a percepção da história e o efeito que é suposto surtir no espectador. 


mas adorei o ping que assinalava o registo do SOL, que se não veio do echoes de pink floyd, foi terrivelmente inspirado nele :D

btw, isto não acontece em marte... que pena!

* época compreendida entre dezembro a fevereiro, quando os dias são curtos e frios e eu não me apetece a sair de casa e tenho muito tempo livre para perder com tarefas inúteis.

Insomnia much?

Novembro 17, 2015

é altamente frustrante quando leio que uma pessoa quando se deita, demora em média sete minutos a adormecer. eu costumo levar mais de uma hora, mesmo que tenha estado a ler o livro mais aborrecido do mundo. já tenho saído do sofá a dormir, mas assim que chego à cama e desperto logo :P

mais frustrante ainda é que nessa(s) hora(s), passam-me os pensamentos mais incríveis (de parvos) pela cabeça, e no meio de tanto estrume às vezes surgem pérolas brutais, e que na manhã seguinte nunca me lembro de nada, humpf!

Cinquenta tons de outono

Novembro 11, 2015

andava de apetites a voltar à serra. não preciso de muitas desculpas para dar lá um saltinho, mas por acaso até tinha. entre elas, queria caminhar e a serra tem uma paisagem particularmente bonita nesta altura do ano. só que a meteorologia não parecia muito interessada em colaborar.. depois de semanas a adiar, o caso mudou inesperadamente de figura e parecia que o verão ia regressar por uns dias. não podíamos deixar escapar a oportunidade!

foi difícil de sair de lisboa. estava um trânsito medonho ao fim da tarde de sexta, passei uma hora metida numa fila até conseguir chegar às portagens de alverca, que dor!!! mas mesmo assim consegui chegar a manteigas a tempo de jantar uma bela duma feijoca :D’

a noite estava fresquinha, mas nem lá perto daquelas temperaturas gélidas que apanhamos em dezembro passado, e não havia vestígios de nuvens no céu. o fim-de-semana prometia.

sábado amanheceu quentinho e sem vento. jackpot!!! havia uma ou outra nuvem a dar o seu ar de graça, mas nada que ameaçasse descarregar água em cima da malta. estava perfeito para dar à corda às botas.

seguimos a rota das faias. se há passeio pitoresco em manteigas durante outono, é aquele. há uns anos descobri que o outono é absolutamente maravilhoso na serra, mas naquela ocasião estava frio e chovia, nada convidativo a passar muito tempo fora do carro. desta vez íamos tirar a barriga de misérias!

Untitled

a meio do caminho atingimos o ponto mais alto do monte, era obrigatório uma paragem mais demorada para inspirar aquelas paisagens. dali prá frente ia ser muito mais fácil, sempre a descer.. e a percorrer o ex libris do trilho, o bosque das faias.

não tardou muito até que as copas das árvores se começassem a fechar sobre o caminho. muitas nesta altura do ano já estão quase carecas, mas ainda fazem sombra. os raios de luz que ousam trespassar reflectem-se nas folhas caducas das faias e o ambiente ganha um tom quente e acolhedor.. um cenário simplesmente idílico, daqueles que nos deixam a transbordar de felicidade só por estar ali. respirar o ar puro e perfumado da floresta, caminhar sobre aquele suave manto castanho, ouvir a brisa a entrelaçar-se com os ramos das árvores e o canto das aves, e apreciar toda aquela delicada beleza natural foi das melhores experiências que já tive na serra da estrela.


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a minha mãe, que à última da hora decidiu alinhar connosco, ainda que isso significasse ter que palmilhar 12km monte acima e monte abaixo (ok, eu posso ter culpas no cartório, disse-lhe que não eram mais de 7 ou 8 :D), estava assombrada com aquele espectáculo proporcionado pela natureza. mas o que ela gostou mesmo foi dos castanheiros que íamos encontrando pelo caminho. ainda recolheu meio saco de castanhas, que lhe estava a dar pena de as deixar caídas no chão, tão boas que estavam.

Untitled Untitled

no domingo estava um bocadinho mais fresco, mas igualmente fantástico para passear. demos a volta do costume: estrada do vale glaciar, paragem na fonte paulo luis martins para encher toda e qualquer garrafa de água que existisse no carro, covão da ametade - magnifico em qualquer altura do ano, torre, e penhas douradas. sem grandes pressas.

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já foi demasiado tarde para ver cogumelos, mais ainda encontramos alguns especímenes intactos.

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às sete da tarde despedimo-nos de manteigas e da serra, com a promessa de um regresso para breve. por mais vezes que bata lá com os costados, não consigo cansar-me daquele sítio 

álbum completo da passeata aqui

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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