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lost in wonderland

lost in wonderland

Sardenha // Cala Gonone — Ólbia

Janeiro 07, 2024

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deixamos cala gonone (muito a contragosto) com destino à zona de san teodoro, onde tinha umas quantas praias assinaladas no mapa.

já estavamos às voltas à procura de lugar no parque de estacionamento de lu impostu quando reparei nos avisos do acesso reservado às praias, e lembrei-me que me esqueci (lol) de comprar os acessos para aquelas praias... o parque a abarrotar e levei uma porrada de tempo até encontrar lugar, e depois fui ver se ainda conseguiamos visitar alguma das duas praia que aquele estacionamento serve, ou se tinhamos que bazar.

felizmente dava para reservar o acesso no próprio dia. já não havia acessos para a cala brandinchi, mas ainda havia para lu impostu. menos mal, era da forma como não desperdiçava o tempo e o dinheiro gasto por ter andado às voltas no parque estacionamento.

estacionamos ao lado de uma pequena oliveira que estava pejada de cigarras, e que estavam a fazer uma barulheira incrível, até me custava a ouvir os meus próprios pensamentos lol

enquanto andávamos a juntar as coisas para levar para a praia, começo a sentir-me um bocado tonta e a perder as forças. mau.. achei melhor ir sentar-me no banco traseiro do carro antes que caísse pro lado. mesmo com as portas abertas a fazer corrente de ar, aquilo não melhorava... já estava a hiperventilar e a sentir-me mal disposta. às tantas agarrei numa garrafa de água para dar uns goles mas acabei por despejá-la por cima, sem me preocupar sequer se estava a molhar os estofos. uns minutos depois e a coisa lá começou a atenuar.

teve tanto de súbito como de estranho. não me parece que tenha sido uma insolação, porque aconteceu prai 5 minutos depois estar exposta ao calor, e estavam praí 30ºC na rua, não era uma temperatura que justificasse tal coisa. choque térmico também duvido, porque nunca tenho A/C do carro abaixo dos 22ºC. mais depressa desconfio que fosse do barulho ensurdecedor das cigarras do que do calor. homem estava fresco e fofo, fosse o que fosse que me deu, passou-lhe completamente ao lado.

aguardamos mais uns momentos para ter a certeza que o chilique tinha passado, e depois agarramos na tralha e fomos para a praia.

assentamos arraiais, mas acabamos por não ficar lá muito tempo... a praia estava a rebentar pelas costuras e o barulho daquela multidão era quase tão alto como o das cigarras ao pé do carro. além disso a praia também não parecia nada de especial... mas não ponho de parte a hipótese que pudéssemos estar enviesados por termos passado passado o dia anterior em praias realmente épicas 😅

pegamos na tralha e fomos para a praia de la cinta, não muito longe ali, que é baaaaaastante maior que aquela e não precisa de reserva. pelo caminho paramos num supermercado e compramos o farnel do dia: saladas, atum em conserva, presunto e queijo, e gressinos. já disse que fiquei fã dos supermercados na sardenha? opá.....

bom, la cinta era definitivamente maior, e apesar de também estar à pinha, as pessoas não estavam em cima umas das outras, como na praia de lu impostu. e agora que estávamos finalmente acomodados, começamos a pensar onde é que iramos dormir naquela noite.

praia de la cinta

a dada altura tivemos um daqueles momentos mega parvos [e que é mais uma private joke que outra coisa qualquer, mas que não me quero esquecer porque teve mesmo muita piada para nós]. sucede passamos a roadtrip toda a ouvir em repeat a minha playlist do the kiffness, e uma das músicas é a very good, very nice. e nós andávamos constantemente e regurgitar as músicas.

ora praia que é praia, tem vendedores ambulantes de bugigangas. e ali naquela zona muitos devem vir ali de áfrica, portanto têm aquele inglês com sotaque africano. estávamos tranquilamente a chillar nas toalhas, quando se aproxima um destes vendedores, e pergunta ao homem se quer um chapéu ou um colar, que é "very nice, for a very good price"...... eu não estava a olhar para o homem, mas pelo engasgo dele ao responder-lhe "no, no thank you", consigo sentir perfeitamente o esforço brutal que ele fez para segurar uma gargalhada gigante.
quando o tipo finalmente se afastou, e estava a uma distancia segura, desmanchamos-nos os dois a rir que nem umas hienas. segundo o homem, o pior não foi conter o riso, foi não começar a cantar a música 🤣🤣🤣

não foi dos melhores dias de praia, mas ficamos lá até já não estar praticamente ninguém. quando retornamos ao estacionamento, o único carro que lá estava era o nosso. percebemos o motivo quando nos aproximamos da máquina para ir pagar o estacionamento, e um funcionário veio ter connosco — o parque fechava às 20h, e já eram 20h30... long story short, por estarmos a sair fora de horas, tivemos que pagar uma multa de 10€... no total, 18€ de estacionamento para umas 5 horas de praia... 😑

os avisos estavam lá, nós é que não reparamos deles, com a cegueira de chegar à praia. além disso, eu tinha lido que aquele tipo de coisas aconteciam, mas passou-me completamente... oh well, vivendo e aprendendo.

dali fomos para ólbia, que assim ao menos visitávamos uma cidade grande. escolhemos um B&B perto do centro histórico, depois de termos tentado um outro antes, e de ter recebido uma lista de regras tão extensa (e estúpida) que decidimos responder “thanks but no thanks”. foda-se… a avaliar pelas reviews que depois estivemos a ler no google, calhava um de nos dar um peido mais alto a meio da noite que corriam logo connosco 🫠

distraimo-nos um bocado com as horas, e as opções para jantar ficaram um bocado limitadas. jantamos numa pizzaria que nos foi recomendada pelo dono do B&B, que estava aberta até mais tarde. era parecida à pizzaria que tínhamos estado em teulada, é mais take-away que restaurante, mas tem uma pequena esplanada para que se quiser servir ali. pena que as pizzas não eram tão boas como na outra.

depois demos uma granda volta pelo centro histórico e pela zona ribeirinha, provavelmente ia ser a única oportunidade de vermos alguma coisa da cidade. por acaso até tem umas ruas engraçadas, mas há muito edifício a implorar para ser renovado.

continua...

Sardenha // Golfo de Orosei

Dezembro 27, 2023

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o golfo de orosei é conhecido por ter das praias mais bonitas da sardenha, e se eu estava na sardenha por causa das praias, É LÓGICO que tinha que ir conhecer aquelas!

algumas destas praias têm acesso por terra, mas requerem uma caminhada valente. além disso, a mais bonita delas todas tem lotação limitada e paga-se o acesso. pelo que a forma mais recomendada para visitá-las é por mar.

existem três opções: ou cruzeiro/excursão, ou alugar um barco com condutor, ou alugar um pequeno bote...

ora, eu não tenho carta de navegação, a minha experiência a operar embarcações de recreio resume-se a canoas, gaivotas, pranchas de stand up paddle, e colchões insufláveis...

...MAS!

aparentemente não era preciso carta de navegação — ou experiência sequer! para alugar um pequeno barco insuflável com motor de baixa potência na sardenha 😲

opá se é assim, "isto tem que acontecer!!!", declarei!

daí que o assunto que me levou ao porto da cala gonone no dia anterior foi precisamente ir alugar um bote.
tinha googlado as minhas opções, que não eram poucas, mas chego lá e vejo mais de 15 barracas dispostas em rectângulo, SÓ para alugar botes e passeios de barco!!
caneco, quem não fez o trabalho de casa deve-se ver grego para escolher uma 😵‍💫

acontece que a minha primeira opção já não tinha barcos para alugar, mas indicou-nos que o vizinho da tasca ao lado ainda tinha UM!!
aparentemente estavam previstas condições excelentes para o dia seguinte, e houve uma corrida maluca aos barcos (e não haviam poucos!!)

enquanto o homem se meteu na conversa com a rapariga do primeiro quiosque, eu tratei de segurar o bote.

— "...mas eu nunca conduzi um barco na minha vida, tens a certeza que posso? mesmo?"
— "na boa, não há problema nenhum. eles depois explicam-te como o barco funciona, é muito fácil!"

...se eles não estão preocupados, porque é que haveria eu de estar? 🤷‍♀️

no dia seguinte, a caminho do porto, tomamos o pequeno almoço e compramos farnel para o dia, e às nove da manhã estávamos na fila para receber a nossa embarcação. era um vai e vem de botes que era uma coisa doida, porque os operadores têm os barcos de aluguer "estacionados" fora do porto, e vêm buscar os fregueses.

nisto chega a nossa boleia e 5 minutos depois estávamos no barco, a receber instruções sobre o funcionamento, regras de aproximação às praias, cuidados a ter, etc etc.

"estão a ver esta alavanca? ao centro é neutro, para cima acelera, para baixo faz marcha atrás. para meter o motor a funcionar é só dar à chave. sempre que quiserem parar por algum tempo, lancem a âncora e levantem o motor, e não se esqueçam de recolher a âncora quando partirem. não passem para lá deste ponto (aponta no mapa), nem se afastem muito da costa. se acabar o combustível, tá aqui a reserva (aponta para um jerrican debaixo do assento). tão aqui os números de emergência yada yada, avisem quando estiverem neste ponto yada yada... e até logo!" foi mais ou menos isto lol

20 minutos depois tava a jardar o barco como se tivesse nascido práquilo 🤩

fomos directos à jóia da coroa, a cala goloritzé, que também era a mais mais distante, e onde provavelmente íamos ficar mais tempo, e convinha chegar lá cedo, que o sol desaparecia por de trás da montanha por volta das 3 da tarde.

...e tal como o algodão, as fotos não mentem... fónix, que o raio da “praia” é mesmo bonita!!

cala goloritze

praia entre aspas porque aquilo não tem areia (só cascalho) e tão pequena que mal dá para estender a toalha. mesma assim, tava à pinha.

"estacionar" o barco foi processo que demorou algum tempo.. até aprendermos a controlar o barco parado, porque a corrente insistia em levá-lo para terra, e não podíamos estar dentro da zona limitada se não vinha um guarda berrar connosco, mais o cuidado que tínhamos que ter para não bater noutros barcos (igualmente a serem manobrados por pessoas sem experiência nenhuma na coisa) a tentar fazer o mesmo, e ainda ter a certeza que estava bem ancorado para não sair do sítio. mas às tantas lá conseguimos, e eu estava mais do que pronta para me atirar para dentro daquela água maravilhosa.

e foi neste momento que demos pelo fuck-up do dia... esquecem-nos de trazer o drone.......

noooo

cum crl, ainda por cima o o gajo do barco ao lado tinha um igual. tive quase para lhe cravar as filmagens 😫

para chegar à praia era preciso ir nado, e a nado eu fui. aliás, fomos os dois, à vez, para não abandonar o barco, porque ainda era longe e demorava um bocado a chegar lá pelos próprios meios. mas valeu totalmente a pena, que a praia pode ser pequena, mas é tão, mas TÃO bonita 🥹

depois de termos enchido a barriga daquele sítio extraordinário, fomos navegando na direcção da cala gonone e parando em frente a todas as outras praias. mas não chegávamos a ir para terra, porque era bem mais interessante mandar mergulhos do barco, nadar com os peixinhos, ou simplesmente ficar a flutuar naquelas águas cristalinas, com uma temperatura obscena, e um cenário de cortar a respiração.

sem palavras.

golfo de orosei
Cala dei Gabbiani
Cala Luna
Cala Luna Cala Luna

chegamos a terra brutalmente cansados — entre conduzir o barco (e o levanta baixa motor, e âncora, e sombra, e remar para trás e para a frente para não encalhar noutros barcos ou passar os limites), e saltar para dentro de água e subir para o barco e repetir até à exaustão... mas estupidamente felizes pelo dia fantástico naquela costa magnifica.
quase, quase que ficamos mais um dia, para repetir a experiência — E LEVAR O DRONE!!, mas a brincadeira não sai propriamente barata, o aluguer do barco + combustível rondou os 200€.

só sei que aquele sítio arruinou as praias portuguesas para mim. aliás, agora percebo porque é que nem por isso se vêm muitos italianos no algarve. com praias daquelas, fora para surf, não vêm para cá fazer nada...

o homem passou o dia todo a perguntar quando é que nos mudávamos para ali... realmente, não era nada má ideia 😁

entretanto, se eu já andava há montes de anos com vontade de tirar a carta de patrão local, aquilo serviu para me deixar com mais vontade ainda. adorei conduzir o barco, foi super divertido.

nasci para isto

continua

Sardenha // Costa Rei — Cala Gonone

Dezembro 06, 2023

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ao sexto dia na sardenha demos o segundo maior salto no mapa, desde a costa rei até cala gonone (cerca de 150km). pelo caminho atravessamos uma zona montanhosa BRUTAAAAL!! passei-me TANTO naquela estrada, que no ponto mais alto chegava quase aos 1000 metros de altitude. que curvas e contra-curvas tão satisfatórias, que asfalto tão suave, que vistas tão majestosas... 😱😱😱

canyon gorropu
canyon gorropu

claro que às tantas tivemos que parar para apreciar devidamente aquela paisagem obscena.

canyon gorropu
gorropu

canyon gorropu deve ser fantástico para fazer caminhadas, fiquei com pena de não termos oportunidade para calcar aquelas montanhas.

canyon gorropu

depois de quase 3h agarrada ao volante, e depois de um desvio até dorgali a ver se era um bom candidato para passarmos a noite (não era), chegávamos finalmente ao destino do dia.

cala gonone fica no golfo de orosei, que é um dos principais pontos turísticos da sardenha, logo os preços do alojamento reflecte a fama. mas como nenhum dos que estavam disponíveis no booking nos convenceu (para os preços que pediam), fomos para o parque de campismo (que também nem por isso saia barato).

apesar de ficar à beira da estrada principal, e na zona mais exposta ser um bocado barulhento por causa do trânsito, e as instalações serem um bocado antigas, não era mau de todo. para mim bastou-me o facto de ser um pinhal digno do nome, em vez de ter meia dúzia de eucaliptos tísicos que não fazem sobra nenhuma. tinha aquele cheirinho a resina que tanto gosto, e o som do vento a passar pelas agulhas dos pinheiros é dos meus sons favoritos na natureza.

montamos o arraial e depois descemos até ao porto, que eu tinha um assunto para ir tratar lá.

cala gonone foi amor à primeira vista. é a combinação perfeita de mar e montanha, tem um cenário absolutamente deslumbrante. 

a vila em si não é muito grande e pareceu que boa parte das casas são de férias. mas apesar de totalmente voltada para o turismo e de estar bastante populada já no início de julho, parecia pacata e a malta local bastante simpática. e a maioria falava inglês decente. até os turistas pareciam atinados. a maioria eram italianos.

na avenida principal, que tem uma vista incrível sobre o oceano, como seria de esperar, são hoteis e restaurantes porta-sim-porta-sim. e também não faltam lojas de jóias e artesanato local e centros para reservar actividades. nessa tarde/noite jantamos cedo, num restaurante frequentado por gatos vadios, que não me largavam porque eu tava sempre a dar-lhes comida, e depois fomos curtir a vila. havia lá uma festarola qualquer mas não era nada de especial, só tascas de comes e bebes e pouco mais.

o passeio junto ao mar é super agradável e tem praia em praticamente toda a sua extensão. pareceu-me ser um excelente sítio para ficar uma semana de férias, com tanto para ver e fazer ali naquelas paragens.

cala gonone

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Sardenha // Costa Rei

Dezembro 05, 2023

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já não acampávamos desde 2017 (OMG, fidaputa do tempo passa tão rápidoooooo 😱😱😱), e as minhas costas não acharam lá muita piada ao colchão insuflável, que se calhar aos 37 é tolerável, mas aos 43 nem por isso. acho que precisamos de um upgrade. passei muito tempo às voltas até me deixar dormir, e ainda acordei umas quantas vezes, bah!

diria que a estadia no camping do capo ferrato não sai particularmente barata, mas as instalações são impecáveis. havia papel higiénico nos wc's, e dispenseiros com sabonete líquido, coisa que muito raramente (se alguma vez) se apanha em parques de campismo (pelo menos em portugal), a não ser que alguma alma descuidada se tenha esquecido deles. haviam wc's com bidé inclusive na casa de banho dos homens, e colunas de som, sintonizadas numa qualquer rádio que passava êxitos italianos dia e noite (e que dão a sensação que no que respeita a música, aquela malta parou nos anos 80 e há qualquer coisa de mágico nisso), e ter som ambiente quando se vai fazer o nº 2 num wc púbico torna a coisa menos constrangedora.

o supermercado, apesar de pequeno, tinha tudo o que era necessário para a malta se governar. íamos lá todos os dias buscar o pequeno-almoço e o lanche.

no primeiro dia no camping sucedeu um fenómeno interessante. já havia dias que andávamos a receber alertas de mau tempo no telemóvel, mas aquilo era estranho porque quando ia consultar a meteorologia, não via motivos para tal. vai-se a ver, eram testes de alarmes à população (os avisos estavam em italiano e inglês), em caso de emergência grave. havia um teste em particular que estava marcado para o meio-dia. e ao meio dia todos os telemóveis que estavam na sardenha emitiram um aviso sonoro. foi uma experiência interessante, ouvir dezenas, provavelmente centenas de telemóveis, cada qual com o seu toque de alerta, a tocar em uníssono.

neste dia ficamo-nos pelas praias das redondezas, a começar pela praia de ginestre, porque ficava literalmente à frente do parque,

camping capo ferrato praia de ginestre

depois fomos andando para à direita, até à rocha do pepino, e subimos o morro para ir espreitar a praia de santa giusta que até parecia fixe... não tivesse sido invadida por algas foleiras.

rocha do pepino

o dia tava ventoso, mas por acaso ali perto da rocha do pepino até estava abrigado, então estacionamos ali um par de horas. a temperatura da água estava brutal e o sol super forte, pelo que passei bastante mais tempo enfiada dentro de água do que fora.

mais tarde pegamos no carro, que eu estava com o fogo no cu para ir checkar a cala pira, o primeiro local na sardenha onde depositei uma estrela nos mapas do google, quando há uns anos me apareceu no feed do instagram.

cala pira

a praia é de facto muito bonita, mas estava demasiado exposta ao vento acabamos por não ficar muito tempo. as casas em frente à praia é que me despertaram a curiosidade. parece-me um sítio espectacular para alugar uma casa de férias (se é que os proprietários as alugam... mas até compreendo se não o fizerem, se eu tivesse ali uma casa alugava mas era o crl 😆).

seguiu-se a cala sinzias, que por estar mais abrigada, ainda rendeu uns quantos mergulhos no mar.

ao jantar, porque o homem tava de apetites a peixe, fomos a um restaurante um bocado mais catita, e que estava à pinha, apesar de não ter achado nada de especial. pastas e pizzas os italianos sabem fazer, assar peixe é discutível lol

janta

ainda assim, deixamos reserva para o dia seguinte porque haviam cenas na ementa que ficamos com curiosidade em experimentar.

no segundo dia fomos para os lados de villasimius, mas antes de irmos bater com os costados na praia, tínhamos uma encomenda da amazon para levantar num cacifo num supermercado da vila. e claro, que indo a um supermercado, aproveitamos para comprar o lanche do dia.

arrotamos 10€ para estacionar o carro para ir para a praia. aquela malta não brinca em serviço, tinham lá uma operação bastante organizada para fazer caber o maior número de carros possível no pequeno espaço disponível para estacionar. vá lá que não se pagava o acesso à praia.

passamos o dia na punta molentis, primeiro no areal, mas porque estava uma ventania desgraçada, mudamo-nos para a praia de calhau, onde se estava bastante melhor, e a água estava deliciosa, tão cristalina que me fazia confusão, não conseguia tirar os olhos da água. ainda consideramos encher a prancha de SUP mas deu-nos a preguiça de ir buscá-la ao carro lol

punta molentis
punta molentis
punta molentis
punta molentis punta molentis

a água estava tão boa, mas tão booooooooooa. parecia uma piscina. ridículo!!!

o regresso tivemos que parar duas vezes (aqui e aqui) para mirar as vistas panorâmicas, que são absolutamente pornográficas.

vista panoramica

um casa de italianos que parou ao nosso lado e pediram ao homem para lhes tirar uma foto (ou foi o homem que se ofereceu, não apanhei essa parte pois estava demasiado ocupada a tirar fotos lol) perguntou-nos se éramos polacos (por causa da matricula do carro) 😆

ao jantar abrimos as hostes com uma pratada de mexilhão. não é um marisco que me agrade particularmente, mas todàgente naquele bendito restaurante pedia mexilhão para entrada e sentimos um certo FOMO lol mas percebe-se, eram realmente bons, o sabor era bastante diferente do mexilhão tuga.

mexilhões

na última noite de campismo as minhas costas já se tinham acostumado ao colchão e dormi que nem um bebé. menos mal!

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Sardenha // Teulada — Costa Rei

Dezembro 02, 2023

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aprendi que um dia na zona de teulada não chega pá ponta dum corno. aliás, há tanta coisa para ver na zona mais a sul da sardenha, que provavelmente uma semana é pouco...

a melhor parte que é aquela zona nem por isso parece ser muito turística. deve ser porque chegar lá é um granda pincel, e acaba por ficar mais salvaguardada das hordas de turistas. mas é tão bonita, tão selvagem.

às 10 da manhã estávamos prontos para mais um dia de desbunda. para vingar o dia anterior, o plano era passar o dia todo enfiada em praias. e o dia todo enfiada em praias estive 😃

a tour de barco era apenas da parte da tarde, o que ainda nos deixava umas horinhas para ir apreciar outra praia ali nas redondezas, chamada porto pino. uma praia enorme, dunas de areia branca fininha, rodeada de lagoas onde supostamente habitam flamingos (não vi nenhum), e água do mar cristalina. por acaso o cenário tinha algumas semelhanças com as praias da ria formosa ou até mesmo de tróia.

porto pino

como fomos cedo, tivemos que pagar estacionamento para o dia todo, 7€. TAU!

a manhã estava um bocado enevoada e escura. estava calor e o mar tinha uma temperatura bastante agradável para aquela hora, mas acabamos por ficar mais tempo a apreciar a areia e as vistas do que enfiados dentro de água. adorei a praia e gostava de ter ficado lá o dia todo.

dunas porto pino dunas porto pino

às duas da tarde estávamos na marina de teulada, à procura do nosso guia. pensava que o bote iria a transbordar de turistas, mas éramos só nós e um jovem casal austríaco. o guia não falava uma palavra de inglês, cheira-me que os austríacos fizeram o mesmo que eu, que toda a comunicação que fiz com a empresa foi em italiano, com a ajuda do google translate e eles acharam que percebiamos italiano lol. aliás, o guia pensava que pelo menos nós éramos talianos, aparentemente o meu nome é comum praquelas bandas lol (há uma cadeia de supermercados com o meu nome, e ao passar pela segurança do ferry, ao regresso, perguntaram-me se era italiana 😆 por acaso diz que tenho duas costelas lol)

o homem, que se ajeita com línguas 😏, desenrascou o italiano e fartou-se de falar com o guia. cada vez que o guia explicava qualquer coisa sobre o local onde estávamos, o homem traduzia a mensagem em inglês para o outro casal perceber, e vice versa, que eles às vezes tinham perguntas. foi muito giro.

demos a volta a um ilhéu, paramos em 5 praias, e fomos até ao cabo teulada, o ponto mais a sul da sardenha.

numa das praias, o guia desfez uns gressinos para dentro do mar e apareceram uma porrada de peixes à beira do barco. aproveitamos para mandar uns mergulhos naquela água azul cristalina, que me soube pela vida. só tinha visto água daquela cor no mar das caraíbas, quando tivemos em punta cana. custava-me a acreditar que tínhamos água daquela cor na europa.

porto scudo, uma das praias que tinha curiosidade, não achei nada de especial, o areal não tinha assim grande aspecto e o fundo do mar estava cheio de folhas. mas gostei de ver as vaquinhas a curtir a praia. fiquei um bocado com inveja da vida que elas levam ali lol

porto scudo
porto scudo

porto zafferano é lindaaaaaaaa. a areia é branquinha, com uns laivos de rosa, finíssima, macia. A água estupidamente límpida. só tive pena de não termos estado lá mais cedo e num dia mais luminoso, para apanhar o azulão incrível que apanhamos nas praias que passamos antes (e que se vê nas fotos do local no google). a paisagem é totalmente selvagem, sem casas à vista, só natureza.

porto zafferano
porto zafferano

o acesso a esta praia é um bocado complicado. só é visitável nos meses de verão, só se pode aceder por mar, e supostamente não se pode ancorar o barco e desembarcar, mas a malta diz que é tranquilo dar um passeio pelo areal, desde que o barco não esteja muito próximo da praia e não se leve nada connosco, nem nos aventuremos para dentro de terra. 

ficamos lá ate ao pôr do sol, a fazer um lanchinho providenciado pelo guia. mas aquilo soube-me a muito pouco. quero lá voltar e da próxima vez não há-de ser em tour, para apreciar aquilo como deve de ser e ao meu ritmo!

porto zafferano

por volta das seis e meia metemo-nos a caminho da costa rei, onde tinha o camping marcado. segundo os mapas do google, iria levar cerca de 2h15mn, mas como tinha que atravessar la capital lá do sitio, cagliari, a coisa podia descambar.

entretanto a malta do camping mandou um email para saber do nosso paradeiro, e se a reserva era para manter. depois de uma breve troca de emails e um telefonema, ficamos a saber que depois nas 21h, só já lá estaria o guarda nocturno, mas que até as 23h era possível entrar. menos mal.

ao travessar cagliari (btw, pronuncia-se “càlhári”) fiquei com pena de não termos ficado lá uma noite, mas as minhas prioridades eram conhecer praias, não cidades lol mais outra coisa que ficou marcada como “prá próxima”.

pode ter sido um esticão valente de se fazer ao fim de o dia, mas fiz aquelas estradas, principalmente nas zonas montanhosas, com um sorriso de orelha a orelha. ainda por cima, no percurso entre cagliari e costa rei, tinha uns quantos túneis bem longos. adorei!

chegamos ao camping as 21:30 e afinal a funcionária da recepção ainda estava lá para nos receber. super simpática, apesar de termos chegado tarde e a más horas, e explicou todos os detalhes do parque enquanto nos levava ao nosso spot.

tinha mencionado num post anterior que tinha decidido alugar um frigorífico, porque íamos ficar la 3 noites, e aquilo dava jeito para manter as bebidas e os snacks refrigerados, e os icepacks congelados.

como tal, estava à esperava que me dessem umas chaves e me dissessem, “os frigoríficos estão ali naquela casa, e o vosso é o nº tal”. o que eu não estava à espera — de todo, era de encontrar um pequeno frigorífico no nosso spot....

frigorifico

sem cadeado sequer, à confiança. tipo... o que é que impedia os outros campistas de irem lá comer e beber as nossas cenas, ou de eles próprios irem lá refrigerar bebidas? nada, absolutamente nada lol

como o restaurante do camping já estava fechado, acabamos por ter que ir explorar a vilazinha. aparentemente, a costa rei é uma espécie de estância balnear. só tem casas de férias, e um pequeno centro comercial ao ar livre, onde está o grosso do comércio e dos restaurantes lá da zona.

comi uma pasta mesmo boa nessa noite. fónix que a pasta na itália não tem mesmo nada a haver, e até as saladas têm outro nível.

continua →

Sardenha // Alghero — Teulada

Novembro 20, 2023

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neste dia iríamos fazer o maior salto da roadtrip, cerca de 250km para sul. idealmente teríamos pernoitado a meio, mas concessões tiveram que ser feitas porque ilha é enorme lol, e muitos dos POIs a oeste que ficaram por visitar. ainda assim fizemos algumas paragens, e só não foram mais por causa das coisas.

desconheço se é norma em itália, ou se é um fenómeno local da sardenha, mas em praticamente todos os alojamentos a hora de check out é às 10 da manhã (ou entre as 10 - 11h). o que não era necessariamente mau, pois obrigava-nos a começar o dia mais cedo, logo, a aproveita-lo melhor.

foi por volta dessa hora que deixamos alghero em direcção a bosa, pela estrada mais junto à costa, a strada provinciale 105 alghero bosa, que é pornográfica em todo o seu comprimento. a vista é simplesmente brutal. piso em bom estado, curvas e contra-curvas deliciosas, sem trânsito quase nenhum, e não esquecer que ia ao volante o meu carrito lindo, que tem uma condução suave como seda, e não uma carripana qualquer impingida por uma rent-a-car. AMEI fazer aquele percurso. só aqueles cerca de 45km fizeram valer totalmente a pena o tempo extra que gastei a chegar à ilha por terra (e mar).

bosa é uma vilazinha muito charmosa e instagramável, logo muito turística também. não fica propriamente dito à beira-mar, mas está logo ali ao lado do mediterrâneo. demos umas voltinhas pelas ruas estreitas, cheias de vasos floridos e sardas cuscas, e depois seguimos caminho.

bosa
bosa bosa

a paragem seguinte seria no stagno di sale de porcus, uma lagoa salgada. como eu tenho aquela panca das salinas, quando descobri a existência daquele sítio, tive que lá ir meter o bedelho, claro.

houve aqui uma série de decisões parvas porque a estrada principal passa mesmo ao lado da lagoa. era só parar o carro e ir curtir o cenário. mas eu achei que seria mais interessante seguir aquela estrada de gado rural mesmo juntinha da lagoa, para irmos para uma zona mais tranquila. problema: o CHR pode ser um SUV compacto, mas ao contrário do qashqai, que era quase um tractor, é um rodinhas baixas, e não precisa de grande desnível para roçar com a barriga no chão. e eu estou perfeitamente consciente disto, porque não foram poucas as vezes que o meti em "estradas" que lhe fazem uma exfoliação completa às partes baixas.

só que as ganas de ir àquele ponto em especifico foram mais fortes do que a razão, para infortúnio da minha rica viatura. mas de facto, as vistas ali até compensaram o desvio.

lagoa salgada
lagoa salgada
isa a tirar selfies parvas na lagoa salgada isa e nuno a tirar selfies parvas na lagoa salgada

depois de termos enchido a barriga de sal e o telemóvel de fotos cretinas, e tendo ali algumas praias assinaladas nas proximidades, tive que tomar uma decisão: ou voltava para trás e apanhava a estrada de onde tinha vindo, ou continuava por outros caminhos de terra batida até outra estrada, que parecia estar à mesma distância, mas do lado oposto. como aquilo está cheio de quintas por ali, não achei que os caminhos estivessem assim TÃO maus... só que estavam!!

resultado: ter que circular a 5km/h, com o homem à frente do carro a afastar os galhos das árvores e dos arbustos para não riscar a pintura, ou a tirar calhaus do caminho, ou a parar constantemente para consultar os mapas de satélite e tentar avaliar se o caminho ao lado tava em melhores condições...FFFUUUUUUUUU!!!

se o arrependimento matasse, não estava aqui a escrever isto... às tantas desistimos, e voltamos para trás, porque ao menos já sabia que o caminho era minimamente transitável. o carro saiu dali a precisar de outro banho 😑

perdemos tanto tempo naquilo que acabamos por só passar numa das praias. mas como o dia nem por isso estava espectacular, não se perdeu muito (espero!).

voltamos a parar à entrada de oristano, num centro comercial. a ideia era ir lá comer, mas claro que acabamos por ir também ao hipermercado, que era 5x maior que o primeiro supermercado onde fomos, e ali é que eu me passei à séria.OMFG... não há condições. desse por onde desse, eu não podia sair da ilha sem levar comigo um carregamento de molhos, massas, bolachas e pão. não podia!! 

passamos por várias zonas montanhosas, e várias zonas planas, a geografia da sardenha é tudo menos aborrecida. e facto curioso, todas aquelas paisagens nos eram bastante familiares. umas partes pareciam o alentejo, outras a serra da arrábida, ou ainda a costa vicentina. 

chegamos a teulada por volta das sete da tarde. o B&B do dia ficava mesmo no centro da vila, e tinha um limoeiro carregadinho no pátio, que dava assim um ambiente muito castiço à propriedade. posso ou não posso ter considerado em gamar uns quantos limões 😏

enquanto descansava da viagem, meti-me à procura de uma tour de barco que nos levasse a algumas das praias que queria ir vistar, mas cujo acesso está interdito por terra, por serem instalações militares.

não faltavam opções. demorei mais tempo a escolher a empresa que a marcar. acabei por escolher uma que oferecia tours de meio dia, e que passava exactamente das praias que eu queria ir. mandei uma mensagem por whatsappp e 5min depois tinha o programa do dia seguinte composto.

para jantar, decidimo-nos por uma pizzaria onde a malta lá do sítio faz takeaway, mas tem uma pequena esplanada e dava para comer lá também. não era o restaurante com melhores reviews da zona, nem o mais chique, mas foi onde comemos a melhor pizza na sardenha.

continua →

Sardenha // Porto Torres — Alghero

Novembro 17, 2023

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desembarcámos a norte da ilha, numa terrinha chamada porto torres, que não é um cartão de vista particularmente interessante da sardenha. manda assim umas vibes a gueto, e pode ter dado uma primeira impressão pouco agradável para quem vem com as expectavas um bocado altas, por causa dos instagramers. não ajudou ainda estarmos frescos experiência de 3º mundo do ferry.

a primeira coisa que fiz foi ir à procura de um centro para lavar o carro, que tava badalhoco que doía, meu rico carrito. depois de umas voltas ali pelo sítio lá demos com o centro e tratamos do assunto.

por acaso o centro estava estrategicamente situado ao lado de um supermercado, que também estava na lista de prioridades mal chegássemos à ilha, para nos abastecermos de água e snacks para a roadtrip.

o meu mau humor esfumou-se assim que entrei no supermercado. é uma pancada minha pronto, adoro ir a supermercados no estrangeiro. sou tipo uma criança no toys”r”us.

ia tendo um chilique na secção de queijos. e depois outro na secção de massas. e outro logo a seguir na secção dos molhos de tomate. ZOMG!!! 😱😱😱 e as marcas das massas e dos molhos, e dos vinagres balsâmicos que costumo comprar ao preço da uva mijona??? senti-me no paraíso lol

lá me contentei em trazer apenas uma pequeníssima parte do supermercado, e siga para a praia de la pelosa que se faz tarde!!

demoramos cerca de 30 minutos a chegar lá, e pelo caminho tive a primeira experiência do quão malucos os italianos são ao volante. alguém que vinha atrás e mim e não devia estar com muita paciência para a lentidão do turista a apreciar a paisagem, e faz uma ultrapassagem à parva, num cruzamento, por cima de traços contínuos como se nada fosse. e a cena repetiu-se. várias vezes! os limites de velocidade também não pareciam incomodar esta espécie, já que raramente circulavam dentro deles. já eu, que sou uma pessoa bem comportada quando estou num pais estrangeiro, procurei seguir as regras.

cada vez mais perto da praia, temos um primeiro vislumbre do azul inacreditável daquelas águas. o dia estava super limpo e brilhante, e aquela primeira impressão meteu-nos a arrastar o queixo pelo chão. uma paisagem magnífica, o mar de um azul fantástico, que acho que não há filtro no instagram que faça justiça aquelas cores.

la pelosa

tivemos sorte que apanhamos um carro a sair de um lugar de estacionamento mesmo em frente a uma das entradas da praia. mas primeiro tínhamos que ir buscar a nossa pulseira, que sem ela, ninguém entra na praia. e esteiras. sem esteiras ninguém pode estender a toalha na praia. são as regras.

compreendo perfeitamente a limitação do número de pessoas, sem isso imagino o caos que seria circular ali de carro sequer. e quando chegamos à praia, e vimos aquilo a abarrotar de gente, e tivemos alguma dificuldade em encontrar um spot para assentar arraiais, deu para perceber que se calhar ainda deviam ser mais conservadores no número de acessos que permitem. e isto em finais de junho.

também compreendo a afluência, e porque é que as 750 entradas voaram em menos de 1 hora...

...A PUTA DA PRAIA É LINDA!!! OMG!!! 😱😱😱

la pelosa

única palavra que me saia da boca era “ridículo”... aquele sitio é simplesmente ridículo de tão deslumbrante que é, nem parece real. não tenho dúvidas que foi a praia mais bonita que já meti as vistas em cima. a água estava a uma temperatura impecável, e das cerca de 6 horas que estivemos na praia, mais de 3 foram passadas dentro de água. O homem então mal calçava na toalha. ganhei anos de vida ali.

por volta das seis da tarde, arrumamos a trouxa, dissemos adeus àquela praia ridiculamente maravilhosa, e seguimos para alghero, uma pequena cidade costeira, que ficava numa zona estratégica para continuarmos a viagem. pelo caminho escolhemos o alojamento, e fomos directos para lá.

mais uma vez, o civismo dos italianos ao volante não cessava de me surpreender. stops e semáforos vermelhos? pfffff, qué isso? rotundas? fazem-se a direito, para não perder tempo! piscas? o meu carro não veio equipado com esse extra! 😆

o alojamento ficava numa zona residencial bastante pacata, e anfitrião era bastante simpático e deu-nos logo ali umas dicas do que fazer na cidade e sítios porreiros para jantar. depois foi à vida dele.

saímos para jantar por volta das 20h, e dos 3 restaurantes que nos tinham sido sugeridos, fomos aquele cujas fotos no google nos puxavam mais pela glândulas salivares. estava cheio, mas arranjaram-nos uma mesinha. foi difícil escolher porque parecia tudo estupidamente delicioso. mas, como era a minha primeira refeição em itália, achei que devia comer um prato típico, e escolhi lasanha. o homem pediu uma pasta de frutos do mar. ainda pedi uma salada e pecorino gratinado para entrada. para a mesa veio também um pão típico da ilha chamado pane carasau, que por acaso tinha visto montanhas no supermercado, e do qual fiquei Instantaneamente fã mal o meti na boca 😏.

foodporn
ridículo, ridículo, ridículo. era a única palavra que me saia das cordas vocais.

um entra e sai de locais a irem aviar pizzas para takeaway, que de resto também eram o grosso das pessoas que compunham a clientela do restaurante, o que é sempre um bom indicador. parecíamos ser os únicos turistas ali. a comida era estupidamente boa, e muito em conta. fiquei com pena de não ter experimentado as pizzas deles.

o ambiente do restaurante era engraçado, os empregados bué rudes uns com os outros mas na boa, mas uma simpatia com os clientes. deve ser a cena italiana. adoramos o sitio e quero MUITO lá voltar.

depois da barrigada decidimos ir dar uma volta e seguimos pelo lido até à marina. pelo caminho íamos cruzando com outras pessoas que estavam a fazer o mesmo que nós, muitos casais de meia idade a desfrutar do ambiente calmo e agradável daquela noite, e foi então que eu comecei a reparar nas pessoas, mais especificamente nos homens, e a notar o padrão. Era praticamente todos atarracados, muitos inclusive mais baixos que as mulheres ao seu lado, carecas e com as mesmas feições. tal e qual os do homem! pronto, tínhamos descoberto a origem dele lolll a sério, as semelhanças eram inequívocas. se o homem tem primos na sardenha, ponho as unhas no fogo que era ali que os íamos encontrar!

deu perfeitamente para notar a passagem da zona residencial para a zona que estava apinhada de turistas. mas nem por isso perdia o encanto, é definitivamente uma cidadezinha acolhedora e muito gira, mesmo na parte mais turística.

alghero alghero

ao fim do dia já só me ocorria que queria voltar à sardenha. tinha acabado de chegar, ainda ia estar ali alguns 9 dias, mas já só pensava em voltar lol

continua

Sardenha // Barcelona — Porto Torres

Novembro 15, 2023

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concedo que uma pessoa possa ter ido ao engano, a pensar que aquilo ia ser uma espécie de mini-cruzeiro no mediterrâneo (é que nem por isso é uma viagem barata), e não um navio de de carga, operado por pessoas que não estão para perder tempo com subtilizas. e não é que não estivesse minimamente preparada, pois li algumas reviews no google...

mas dito isto, a experiência não precisava de ser assim TÃO má, cacete! 😠

a começar logo pelos modos rudes dos gajos a orientar a malta no acesso e estacionamento do barco. não tinham paciência nenhuma, parecia que tavam a cuidar de gado.

depois, o camarote. ok, tava arrumado e parecia limpo... mas num estado de conservação lastimável. as cortinas todas mal amanhadas, a roupa da cama coçada e até com buracos. não tinha toalhas nem papel higiénico (tivemos que atravessar o barco para ir pedir isso na recepção), e tive a ideia infeliz de abrir o armário por baixo do lavatório, a ver se encontrava o papel higiénico — que por acaso encontrei, mas usado!!! imagino que os hóspedes anteriores improvisaram ali um balde de lixo. OMFG 🤮

mas calma, o pior ainda estava para vir... 

depois de instalados fomos morder o ambiente. o ferry era enorme, e haviam várias salas, bares e restaurantes, casino, spa, lojas. mas tal como o camarote, as instalações estão muito mal cuidadas, e a limpeza a deixar MUITO a desejar. e ainda bem que não tive que usar os WCs das áreas comuns, porque não cheguei a encontrar um que estivesse limpo.

numa das salas mais frequentadas (e na qual provavelmente teríamos que dormir, se eu não tivesse tido a inspiração divina que me levou a reservar o camarote), era o degredo total. malta escarrapachada por cima dos sofás sem qualquer respeito pelos outros, muita gente descalça, com os pés ou meias todos labregos, em cima dos assentos, das mesas, das janelas, ou pendurados no ar, um pivete a suor e a chulé no ar, malas e sacos espalhados por todo o lado, lixo por cima das mesa.. nem sei bem o que é que aquilo parecia, mas até me benzi mentalmente (e eu não tenho religião). cruz credo, vade retro satanás!

pouco depois, a fome começou a apertar e fomos sondar o que se mordia por ali. por azar, o restaurante assim com melhor aspecto tinha acabado de fechar, restava-nos o self-service ou o snack-bar. 

entramos na sala do self-service o cenário era caótico. tabuleiros amontoados em quase todas as mesas, com os pratos ainda cheios de comida, lixo por todo o lado, uma javardice total. a comida que lá serviam tinha um mau aspecto do caraças, aliás, acho que é crime chamar aquilo comida... ou melhor, devia ser crime tratar comida tão mal. não admira que a malta deixasse aquilo praticamente intocado. que degredo 🤢. yeah, hard pass!

os próprios funcionários tavam todos mal amanhados, com os uniformes todos rotos ou remendados, e sujos…

acabamos por ir ao snack-bar, que servia hamburguers, pizzas, saladas, etc. pedimos duas doses de pizza, uma salada, e duas bebidas. ao dia de hoje ainda choro a fortuna que pagámos por aquela desculpa esfarrapada de comida. As pizzas eram claramente congeladas, a salada ficou lá toda, porque a alface estava com uma cor estranha e os tomates cherry todos moles. nem nos demos ao trabalho de reclamar porque de certeza que se nos substituíssem a comida, vinha igual ou pior. ficamos ali a ruminar aquela desgraça e a repensar nas decisões de vidas que nos conduziram àquele momento.

bom, precisávamos de um plano para o regresso, porque nem pensar que voltaríamos a gastar 1€ que fosse em comida ou bebida naquele desastre flutuante...

por esta altura, eu já só queria ir tomar banho para tirar aquela humidade horrorosa da maresia de cima, enfiar-me na cama, e só acordar no dia seguinte. 

de regresso ao camarote, muitos dos passageiros acomodavam-se para dormir. havia gente espalhada por todo o lado, a dormir nos assentos dos restaurantes, nos recantos dos corredores, uns deitados em colchões e esteiras de campismo, outros só em cima de toalhas. muitos pareciam quase sem-abrigo, alguns até agarrados a cães estavam. não tirei fotos, mas não foi difícil encontrá-las nas reviews do google (tipo esta, ou esta e ainda esta). 

mas também passamos por malta que já devia ser veterana naquelas lides (ou então tem alguma dignidade) e tinham estaminés com alguma classe, tipo colchões insufláveis de casal, com roupa da cama completa com lençóis e edredons, e almofadas.

o pequeno-almoço, que tinha incluído durante a reserva, foi igualmente miserável. cum crl, que serviço horroroso. pena que é a única forma de levar o carro para a ilha... 

às 9 da manhã, estamos a desembarcar, prontos para a aventura em solo italiano.. sardenho... whatever. mas primeiro, primeiro! tinha que ir à procura de um centro para lavar o carro, que estava coberto de restos mortais de todo o tipo de insectos que se escarrapacharam contra o carro na travessia de espanha, e todo gosmento da humidade do mar.

continua →

Sardenha // Lisboa — Barcelona

Novembro 15, 2023

não me apeteceu fazer planos para as férias. já tinha os pontos marcados no mapa, era só comprar os bilhetes do ferry com uns dias antes da partida, e ter em mente que algumas praias têm entrada limitada e era preciso fazer a reserva com antecedência. tinha tudo para correr bem 😆

tão a uma semana da data decidida, lá tratei de comprar os bilhetes para o ferry.
durante o processo descobri que precisava de autorização para circular com o carro na zona de baixas emissões (ZBE) de barcelona, e que podia ser multada se não a tivesse, carro estrangeiro ou não. por azar, o acesso para o porto já faz parte da ZBE. lá fiz a inscrição e rezei que tivesse autorização a tempo. 

com este passo dado a realidade desceu em mim, e comecei a preparar-me psicologicamente para atravessar espanha (não, o homem ainda não lhe apeteceu a tirar a carta). não é que não tivesse coragem para conduzir tudo duma assentada (com paragens, óbviamente), mas seria mais sensato dividir a viagem em duas etapas. sair de lisboa a meio da tarde do dia anterior, dormir nos arredores de madrid ou ciudad real, e retomar a estrada na manhã seguinte.

dois dias antes, enquanto esperava que abrisse a reserva para uma das praias que queria MESMO ir, e só iria ter 750 entradas disponíveis, fiz contas aos dias que tínhamos e aos sítios que tinha no mapa, e acabei por engendrar um roteiro muito básico,

nas zonas com alta concentração de POIs, seria de ficar duas ou três noites. numa dessas zonas por acaso havia um parque de campismo com uma localização brutal, então decidi logo reservar um spot, para não arriscar chegar lá e não ter vaga. a reserva tinha várias opções pouco habituais em parques de campismo, tipo casas de banho privadas, e frigoríficos. casa de banho privada dispenso, mas frigorífico é capaz de ser uma boa ideia. e adicionei lol

também me ocorreu que se calhar a viagem de ferry seria mais confortável se reservasse um camarote, para estaremos mais à vontade, poder tomar banho, lavar o dentes, mandar o nº2 na paz do senhor, e tal... e ainda bem que fiz isso, porque entretanto descobri que assim que o ferry parte, o acesso às garagens é vedado. fiquei com a sensação que me desviei de uma bala, porque posso ter considerado em ir dormir para o carro 😆

entretanto bateu as 7 da manhã, as reservas para a praia de la pelosa abriram, e eu assegurei dois bilhetes para dali a 2 dias!
45 minutos depois, já não haviam lugares disponíveis. há poizé!

como de costume, deixamos tudo para a última da hora, e no domingo, em vez de sairmos de lisboa às 4 ou 5 da tarde, eram 9 da noite quando finalmente nos metemos a caminho de espanha (e já não foi mau lol)

ali a passar por estremoz decidimos seguir por ciudad real em vez de madrid, e o homem sacou do telemóvel e marcou hotel, com chegada prevista para as 2 da manhã.

não contamos foi com uma paragem obrigatória, que por acaso até demorou um bocadinho, para abastecer o carro e o estômago, e esticar as pernas e fazer um xixizinho. e também com a hora que se perde mal se põe os cotos em espanha…. que é como quem diz, chegamos ao hotel às 4 da manhã LOL

btw, não fiquei com grande impressão de ciudad real. tipo, o parque de estacionamento exterior do hotel estava vedado com arame farpado, tinha câmaras de vigilância, e controlo de acesso... dá assim a sensação que a malta ali práquelas bandas deve ser um bocado hardcore... mas bom, não correu nada de mal com a estadia.

na manhã seguinte, depois de um pequeno-almoço bem aviado, seguimos a todo o vapor para valência. òzanos que quero vistar esta cidade, infelizmente não havia tempo para sightseeing. apenas uma paragem muito rápida num centro comercial à beira da auto-estrada para almoçar, abastecer novamente, e seguir caminho, que tínhamos que estar em barcelona às 19h30, desse por onde desse.

não me custou nada atravessar espanha nem achei a viagem chata. em algumas zonas, a paisagem é um bocado parecida à nossa, mas demora 3x mais tempo a atravessar. noutras, é bem mais interessante e bonita. pelo menos não parece ter tantos eucaliptos.

quanto mais nos aproximávamos de barcelona, mais vermelho ficava o mapa. que ideia de merda, apanhar o ferry a uma segunda-feira, em plena hora de ponta, numa das cidades mais movimentadas da península ibérica. foi por uma unha negra, mas as sete e meia estávamos no porto de barcelona, a fazer o check in.

btw, a autorização para circular em barcelona não chegou a tempo, mas pela zona que cheguei ao porto, não me pareceu que houvesse grande problema.

às nove e meia da noite, a sirene do ferry anunciava finalmente a partida para a terra prometida, e o inicio de uma experiência inacreditável... de terceiro mundo.

mas isso fica para outro post que este já vai loooooongo!

continua →

Lost in... Sardenha

Novembro 15, 2023

há um par de anos fizemos um teste genético, daqueles para saber da ancestralidade, pré-disposição para doenças e essas merdas. quando os resultados chegaram, ficamos a saber que o homem é 11% sardo 😏.. sardenho, whatever. foi então que a piada começou: 

“temos que ir à sardenha à procura dos teus primos"

e o que ele tinha de sardo, eu tinha de italiano (vale o que vale lol). de repente, a ideia de irmos ao encontro das nossas raízes era engrassada.
não é que nunca tivéssemos considerado ir práquelas bandas, mas os resultados do teste botaram mais peso no processo de decidir onde vamos laurear a pevide a seguir. 

mas claro que em pleno covid, os planos ficaram na gaveta por tempo indeterminado.

por acaso este ano não me estava a apetecer ir ser roubada para o algarve como no ano passado, então comecei entreter a ideia de irmos para fora. desde de 2019 que não saiamos do país, e honestamente tava com vontade de mudar de ares. assim como não quer a coisa, comecei a fazer umas pesquisas sobre as melhores praias da sardenha, e a guardar nos mapas do google os pontos de interesse (POIs) mais fixes, não fosse a coisa materializar-se nas semanas seguintes.

quanto mais fotos de praias via, mais vontade tinha de ir lá. nem que fosse ver com os meus próprios olhos se aquilo era mesmo assim, ou se a malta tende a exagerar nos filtros do instagram.

próximo passo, descobrir quanto é que ficava uma semanita por lá, pois há aquela ideia que é um destino caro.. #soquenao. pelo menos o alojamento parecia ficar mais em conta que a zona de tavira. alugar carro (porque peço sempre com o seguro máximo para não me preocupar com nada) seria o mais caro.

para chegar lá, haviam duas possibilidades: voar ou conduzir.

de avião levariamos uma porrada de horas porque não havia voos directos de lisboa, e já se sabe que quanto mais curtas são as escalas, mais caros são os bilhetes. além disso, teria que alugar carro, o que encarecia BASTANTE a viagem.

de carro teria que conduzir até barcelona, e depois apanhar o ferry para a ilha. os preços do ferry vs avião eram ela por ela, e iria demorar pelo menos o dobro do tempo.. MAS! não precisava de alugar carro. além disso, podíamos levar a tralha de campismo e poupar também no alojamento. e levar a prancha de SUP, e o drone... 

...SIGAAAAAAAA!!!

[spolier alert: demorou cerca de 36 horas entre sair de lisboa e chegar à sardenha]

já que íamos numa de descoberta, decidimos não marcar alojamento e dormir onde calhasse. minto. marquei um parque de campismo que estava numa localização brutal, e fiquei com medo de chegar lá e dar com o nariz no portão.

resumindo e concluindo, uma das roadtrips mais épicas de sempre. estradas fantásticas para conduzir e lavar as vistas ao mesmo tempo. praias do outro mundo. aliás.. acho que arruinei as praias portuguesas para mim, depois de ter estado de molho naquelas águas incríveis. duvido muito que me volte a contentar com o algarve 😅

continua

'Le me

tem idade suficiente para ter juízo, embora nem sempre pareça. algarvia desertora, plantou-se algures na capital, e vive há uma eternidade com um gajo que conheceu pelo mIRC.

no início da vida adulta foi possuída pelo espírito da internet e entregou-lhe o corpo a alma de mão beijada. é geek até à raiz do último cabelo e orgulha-se disso.

offline gosta muito de passear por aí, tirar fotografias, ver séries e filmes, e (sempre que a preguiça não a impede) gosta praticar exercício físico.

mantém uma pequena bucket list de coisas que gostava de fazer nos entretantos.

'Le liwl

era uma vez um blog cor-de-rosa que nasceu na manhã de 16 de janeiro, no longínquo ano de 2003, numa altura em que os blogs eram apenas registos pessoais, sem pretensões de coisa alguma. e assim se tem mantido.

muitas são as fases pelas quais tem passado, ao sabor dos humores da sua autora. para os mais curiosos, aqui ficam screenshots das versões anteriores:
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